Autor: Lusa
“Lamento imenso que este tema seja utilizado nesta Assembleia não como forma de união ou de corresponsabilização de todos os partidos, mas como arma de arremesso político”, declarou a governante no terceiro dia do plenário da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, que decorre na Horta, na ilha do Faial.
Mónica Seidi respondia à deputada do PS Célia Pereira, que fez a primeira intervenção política do dia sobre a problemática das dependências, considerando que é “um fenómeno complexo que mais do que um problema de segurança pública, é, em particular, um problema sociossanitário”.
A socialista exortou o executivo para que “disponibilize os recursos necessários, financeiros, humanos, materiais, para um combate eficaz às dependências, que permita travar” a “verdadeira epidemia que ameaça alastrar” pela região.
Na resposta, Mónica Seidi reafirmou que o problema das dependências é “extremamente grave”.
“Nunca da parte do Governo Regional houve vontade ou a assunção de negar que, de facto, estamos perante um verdadeiro problema inclusive de saúde pública, um problema socioeconómico e um problema que não deve ser usado para fazer política de forma desresponsabilizada”, declarou.
Perante a intervenção de uma deputada “com competência na matéria”, a secretária regional lamentou que o PS tenha perdido a oportunidade “de se juntar ao Governo Regional e a todos os partidos” da Assembleia Legislativa para efetivamente se lutar “contra um problema grave que assola a Região Autónoma dos Açores”.
“Estamos, efetivamente a correr atrás de um prejuízo” que tem vários anos, acrescentou.
A secretária regional considerou ainda não ser sério a deputada socialista falar do relatório do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) de 2021, lembrando que diz na página 207 que nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira “as drogas sintéticas” são um problema desde 2012.
“Portanto, o problema das drogas sintéticas não chegou agora. Não. Chegou no ano em que o PS enquanto poder, decidiu extinguir a Direção Regional de Combate às Dependências. Isto é uma grande verdade, que devia envergonhar o PS”, apontou.
Mónica Seidi também perguntou à deputada Célia Pereira que contributos deu, naquela altura, enquanto técnica da área, para inverter a situação.
Na sua intervenção, a governante salientou também que a ‘task force’ criada pelo atual Governo Regional é “um bom exemplo da resolução do problema em comunidade”, por incluir “quase 14 instituições da região”, recusando aplicar “medidas avulsas” já que este é um problema que “não se resolve nem num mês, nem em dois, nem em três”.
“Não venham aqui lançar pacotes de medidas avulsas, pôr os meios nas instituições, desresponsabilizar o Governo, que foi isso que os senhores fizeram ao longo de 24 anos. Ao longo de 24 anos desresponsabilizaram-se e puseram dinheiro em cima das instituições para combater o problema. Onde estava o Governo do PS nessa altura”, questionou.
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