Autor: Nuno Martins Neves
A redução do número de lugares da Ryanair impactou o volume de vendas das empresas do Grupo Oriental, com os empresários a revelarem uma redução do negócio na ordem dos 46% em janeiro de 2024, quando comparado com o período homólogo.
Esta é uma das conclusões do inquérito sobre turismo na época baixa, realizado pela Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) entre os dias 22 e 29 de janeiro, às empresas das ilhas de São Miguel e de Santa Maria.
ACCIPDpretendeu “ identificar a situação atual das empresas e perspetivas futuras de acordo com os indicadores da atividade”, tendo recebido respostas maioritariamente de empresas ligadas ao turismo (alojamento local, hotelaria e restauração) de quatro concelhos das ilhas: Ponta Delgada, Vila do Porto, Ribeira Grande e Nordeste.
E das respostas recebidas,
68% das empresas aponta a redução do número de lugares oferecidos pela
Ryanair (menos 88 mil lugares, ida e volta, entre Ponta Delgada e Porto e
Lisboa) como um fator impactante no volume de vendas, que agravou-se
nos últimos meses.
Se em novembro de 2023, 35% dos empresários reconheceram uma redução das vendas relativamente a novembro de 2022, esse valor cresceu para 46% em janeiro de 2024 face ao período homólogo, “o que denota um acréscimo relevante no número de empresas com um volume de negócios pior”, atesta o documento da CCIPD.
Quanto às reservas, mais de 62% das empresas diz ter menos do que em janeiro de 2023, enquanto 67% das respostas apontam no sentido das ações de promoção do destino “não têm sido adequadas e com a intensidade necessária para as necessidades de procura do destino Açores no Inverno IATA 2023/24”.
Quanto às preocupações dos empresários, as acessibilidades aéreas e a procura insuficiente surgem como as dores de cabeça mais frequentes (42%), seguida da rentabilidade (10%).
Por último, há otimismo quanto à evolução do preço médio de venda ao longo dos próximos três meses, passando de 21% em fevereiro para mais do dobro (43%) em abril.