Açoriano Oriental
Quadro elétrico do HDES tinha vistorias em dia

O Conselho de Administração do Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, refere que foi aberto um processo de averiguações, para apurar o incêndio do dia 4 de maio.


Autor: Nuno Martins Neves

No primeiro dos briefings semanais, sem direito a perguntas dos jornalistas, que o HDES vai começar a fazer, a presidente do Conselho de Administração, Manuela Gomes de Menezes, deu conta que o quadro elétrico, onde se iniciou o incêndio do dia 4 de maio, tinha as vistorias em dia.

"As últimas duas vistorias que foram realizadas ao quadro elétrico, geral, central, foram feitas em novembro de 2023 e março de 2024", afirmou, acrescentando que todo o equipamento existente no interior do hospital "têm os contratos de manutenção em dia".

A responsável máximo pelo maior hospital da Região adiantou que já foi aberto um processo de averiguações, decidido na reunião extraordinária ocorrida no dia 6 de maio.

Manuela Gomes de Menezes revela que os vários grupos técnicos do hospital estão com processos de verificação para a reposição dos sistemas, "que sejam nesta fase possível reativar".

"A prioridade, desde sábado, foi restabelecer alguma energia elétrica para apoiar a transferência de doentes e conseguirmos dar continuidade aos nossos trabalhos de gestão de emergência", acrescenta. 

Ao nível de energia elétrica, os nove geradores que o hospital dispõe "não têm capacidade para manter de todo o HDES em funcionamento".

Quanto à extensão dos danos reais provocados pelas chamas e pelo fumo, Manuela Gomes de Menezes dá conta que a fuligem comprometeu a qualidade da água do HDES, tendo-se infiltrado nos tanques, "sendo agora necessário vazá-los, limpá-los e voltar a enchê-los com água". Uma operação que estima estar concluída no final da próxima semana. O fumo também teve implicações no sistema de controlo de ar, comprometendo todas as zonas técnicas.

A central telefónica, que ficou inoperacional desde o dia do incêndio, já se encontra a funcionar.

Manuela Gomes de Menezes adianta que no imediato está a ser montada uma solução mais robusta de energia elétrica, "que permitirá fazer ensaios que permitiram aferir a extensão dos danos, que levarão à criação de um cronograma e avaliação das instalações".

A reativação de todos os circuitos será feita de "forma muito lenta e faseada", de acordo com as prioridades da diretora clínica, pois é necessário "garantir todas as condições de segurança".

"Estamos certos que os próximos meses vamos estar a trabalhar numa situação intermédia e precária", afirmou

Quanto aos serviços administrativos, encontram-se "bastante condicionados", existindo constrangimentos ao nível processual, pelo que não é avançado uma janela temporal para a sua normalização.


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