Açoriano Oriental
PS e PSD recusam leituras nacionais, CDS é o que mais conta com a "ajuda" do líder na campanha
PS e PSD recusam leituras nacionais das regionais dos Açores, com José Sócrates e Manuela Ferreira Leite a terem estratégias diferentes de participação na campanha, e será o CDS quem mais apostará na ajuda do líder nacional.

Autor: Lusa/AO
Vencer as eleições nos Açores - as primeiras da liderança de Ferreira Leite - é objectivo do PSD a nível nacional, assumido à Lusa pelo deputado à Assembleia da República eleito pela lista dos Açores Joaquim Ponte.

    "O PSD tem condições e assume como objectivo vencer as eleições. Há uma maioria absoluta que, ao fim de 12 anos, está saturada, esgotada", criticou, considerando que seria vantajoso "para a democracia e para as populações" açorianas que a meta dos sociais-democratas fosse alcançada a 19 de Outubro.

    Manuela Ferreira Leite já esteve nos Açores por várias vezes nas últimas semanas - a última quinta-feira no Faial, ao lado de Costa Neves - e poderá ainda marcar presença no arquipélago até às eleições.

    No entanto, Joaquim Ponte relativiza a presença de dirigentes nacionais na campanha regional.

    "Os eleitores irão fazer a sua escolha motivada pelas propostas que os dirigentes nacionais nos podem apresentar. Agora se o engenheiro Sócrates fosse lá todas as semanas, com certeza influenciaria positivamente a campanha para o PSD...", ironiza.

    Mas não esses os planos do secretário-geral do PS e primeiro-ministro José Sócrates: confirmada está apenas a deslocação de hoje aos Açores, num comício na ilha Terceira, ao lado do líder regional Carlos César. Em aberto, está ainda uma nova deslocação ao São Miguel mais perto do final da campanha.

    No entanto, o porta-voz do PS considera natural esta pouca visibilidade de Sócrates nos Açores, já que "os protagonistas destas eleições são o presidente do Governo regional e os deputados regionais", defendendo que o secretário-geral apenas deve aparecer "em momentos cruciais para expressar o apoio" à estratégia seguida no arquipélago.

    "A perspectiva do PS é que a boa governação que tem sido feita nos Açores seja completamente recompensada. Não é possível retirar ilações nacionais deste tipo de eleições", disse à Lusa Vitalino Canas.

    Ainda assim, Vitalino Canas admitiu que "o PS sentir-se-á particularmente revigorado" se vier a ganhar, como espera, as eleições de 19 de Outubro.

    Já os partidos mais pequenos apostam na mudança das regras eleitorais (mais cinco deputados, eleitos pelo círculo de compensação) para assegurar que nenhum dos votos ficará perdido, como acontecia no passado.

    O líder nacional mais presente na campanha dos Açores é o presidente do CDS-PP, Paulo Portas, que tem passado os últimos fins-de-semana nas ilhas e prevê ser uma presença assídua durante o período de campanha oficial, entre 5 e 17 de Outubro, cumprindo o objectivo de visitar as nove ilhas do arquipélago.

    Nas últimas eleições, o CDS concorreu coligado com o PSD e elegeu dois deputados (um dos quais passou, durante o mandato, a independente). Aumentar a representação no parlamento regional é o objectivo, já assumido por Paulo Portas, que nas jornadas do partido na ilha Terceira - de onde é natural o líder regional Artur Lima - chegou a pedir a eleição do "terceiro ou quarto" deputado popular.

    Já os comunistas, a subir nas sondagens a nível nacional, pretendem recuperar o deputado perdido em 2004, apostando na eleição do líder regional Aníbal Pires. O secretário-regional Jerónimo de Sousa já marcou presença em São Miguel e Flores e pretende regressar no último fim-de-semana de campanha, com deslocações previstas ao Faial, Terceira e São Miguel.

    No mesmo fim-de-semana, também irá aos Açores o líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, para apoiar a líder regional Zoraida Soares, que tenta uma presença do partido pela primeira vez no arquipélago.

    Terceira e São Miguel serão as ilhas visitadas pelo líder do BE mas, no período oficial de campanha, os bloquistas açorianos vão contar ainda com o apoio dos dirigentes nacionais Luís Fazenda e Miguel Portas.
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