Autor: Lusa / AO online
Depois dos dias negros vividos nas bolsas mundiais na semana passada, espera-se que a tendência continue, desta vez agitada pelos efeitos do corte da notação da dívida soberana norte-americana pela Standard & Poor's (S&P), na sexta-feira, o que já teve impacto nas bolsas da Arábia Saudita e de Israel.
O principal índice da bolsa da Arábia Saudita, a primeira praça financeira a reagir ao corte do 'rating' (para AA+), perdeu no sábado 5,46 por cento. Hoje, a bolsa de Telavive foi suspensa durante 45 minutos, após ter registado uma queda de seis por cento no índice das 100 maiores empresas cotadas.
Face esta situação, os ministros das Finanças e os responsáveis pelos bancos centrais do G7 - grupo dos sete países industrializados - devem realizar uma nova conferência telefónica antes da abertura dos mercados asiáticos na segunda-feira, segundo a agência noticiosa japonesa Jiji Press.
A par da incerteza dos mercados, será divulgado esta semana a produção industrial de junho na Zona Euro, que segundo a analista do Millennium BCP Telma Santos deverá ter avançado 0,1 por cento face a maio, uma estimativa a partir do consenso dos economistas consultados pela agência de informação financeira Bloomberg.
O Eurostat divulga a produção industrial na sexta-feira, 12 de agosto.
Na maior economia da União Europeia, a Alemanha, será conhecida na quarta-feira a inflação nos consumidores em junho, que deverá ter ficado nos 2,6 por cento face ao mesmo mês de 2010 e em 0,5 por cento em relação a maio, acrescenta a mesma fonte.
Ainda na Alemanha, Telma Santos avança que a balança comercial do país deverá manter um saldo positivo em junho, ainda que seja esperada “uma ligeira redução de 14,8 para 14 mil milhões de euros”.
No outro lado do Atlântico, a maior economia do mundo deverá assistir esta semana à manutenção da taxa diretora.
“A Reserva Federal norte-americana deverá manter inalterada a taxa de referência do país em níveis extremamente reduzidos, próximos de zero”, afirmou Telma Santos.
Já a Confiança dos Consumidores medida pela Universidade de Michigan deverá cair de 63,7 para 63,2 pontos em agosto, de acordo com o valor preliminar já conhecido.
Nos Estados Unidos serão ainda divulgadas as vendas a retalho, que deverão ter crescido 0,4 por cento em julho (0,2 por cento se forem excluídas as vendas de automóveis).
Esta semana, continua a apresentação de resultados referentes ao primeiro semestre, com destaque para as europeias Hannover Re, Commerzbank ou ThyssenKrupp e as norte-americanas Walt Disney, Cisco, Nvidia, MBIA, ou Tyson Foods.
Na semana passada, os índices bolsistas mundiais registaram fortes perdas, pressionados pelo abrandamento económico na Europa e Estados Unidos e pelos receios de contágio da crise da dívida soberana europeia à Itália e à Espanha.