A agenda do chefe de Estado indica que a audiência se realiza na sexta-feira às 15:30. Fonte do PS disse à Lusa que o encontro acontece a pedido de António José Seguro.
A mesma fonte disse que o pedido de audiência tem em conta “a grave situação económica e social do país” e visa também dar conhecimento ao Presidente da República da carta escrita por António José Seguro à Comissão Europeia, ao Banco Central Europeu [BCE] e ao Fundo Monetário Internacional [FMI].
Na missiva, tornada pública na passada segunda-feira, o secretário-geral socialista pede que na sétima avaliação do programa de resgate, que começará na próxima segunda-feira, sejam enviados a Portugal "responsáveis políticos" e afirma que "os portugueses não aguentam mais" e que o país está "à beira de uma tragédia social".
O líder do PS pretende ainda transmitir a Cavaco Silva os resultados dos encontros que manteve na passada segunda-feira em Bruxelas, nomeadamente com o presidente da Comissão Europeia – reunião que considerou “bastante positiva”, tendo no final salientado “a compreensão” demonstrada por Durão Barroso com a situação do país -, com o candidato do SPD à chancelaria da Alemanha, Peer Steinbruck, e com o primeiro-ministro belga, Elio di Rupo.
Seguro pretende ainda falar com o Presidente sobre a sua intenção de marcar um debate de urgência no Parlamento sobre as trajetórias de consolidação fiscal, tendo já desafiado o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a participar nessa discussão.
A última audiência entre o chefe de Estado e o líder do PS aconteceu a 6 de novembro, num encontro que durou hora e meia e no final do qual António José Seguro disse que os socialistas estavam indisponíveis para participar no corte de quatro mil milhões de euros em áreas sociais, mas tinham “disponibilidade” para debater a “modernização” do Estado, uma posição que se tem mantido ao longo dos últimos meses.
O encontro entre Seguro e Cavaco acontece dias antes do início da sétima avaliação da 'troika' - na próxima segunda-feira - e no dia seguinte ao ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar ter anunciado que o Governo irá rever em baixa as projeções macroeconómicas para 2013, estimando que, na sua opinião pessoal, esta possa atingir uma revisão em baixa de um ponto percentual, levando a recessão a uns 2%, caso se verifique (já que as anteriores previsões, tanto de Lisboa como de Bruxelas, eram de um recuo de 1%).
Estas mudanças levaram mesmo o ministro a dizer que "é razoável conjeturar" que Bruxelas dê mais um ano a Portugal para corrigir o défice excessivo, cenário que o Executivo comunitário, para já, não comenta.
