Açoriano Oriental
Pequim2008
Plácido Domingo e Vanessa Fernandes, Bekham e Led Zepelin fecham Jogos "excepcionais"
Pequim despediu-se dos Jogos Olímpicos com um fantástico espectáculo de teatro e acrobacias
Plácido Domingo e Vanessa Fernandes, Bekham e Led Zepelin fecham Jogos "excepcionais"

Autor: Lusa/AO
Pequim despediu-se dos Jogos Olímpicos com um fantástico espectáculo de teatro e acrobacias, numa mistura de ópera e estrelas do futebol, rock e folclore chinês, durante uma cerimónia de encerramento em que a porta-bandeira de Portugal foi Vanessa Fernandes.
“Com estes Jogos, o mundo conheceu melhor a China e a China conheceu melhor o mundo”, afirmou o presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, na cerimónia de encerramento que decorreu no estádio olímpico, o “Ninho de Pássaro”. 
“Estes foram verdadeiramente uns Jogos excepcionais”, acrescentou, e a cerimónia de encerramento não lhes ficou atrás, culminando no apagar da chama olímpica exactamente às 21:23 horas locais (14:23 em Lisboa) antes da entrega da bandeira olímpica a Boris Johnson, presidente da câmara de Londres, que vai receber os Jogos Olímpicos em 2012. 
Antes do tenor espanhol Plácido Domingo e de Song Zuying, a “Amália Rodrigues” da China, terem cantado a "A chama do amor" a cerimónia, que durou duas horas, tinhas começado com um cenário de fantasia em que músicos suspensos no ar tocavam tambores gigantes chamavam o povo para se juntar à bandeira olímpica.
Quando os tambores se calaram, veio o momento mais arrepiante da noite - a extinção da chama olímpica. Primeiro as 91 mil pessoas viram projectados no estádio os melhores momentos de cada um dos 14 dias de competição. Depois a chama morreu, no final de um espectáculo de “ballet” e acrobacia no topo de uma torre que se ergueu aos céus. 
Foi este o momento em que diversas pessoas na assistência começaram a chorar, o mesmo acontecendo entre os atletas que tinham no início da cerimónia enchido o centro do estádio, numa entrada sem distinção de nacionalidades. 
Depois foi a vez de Londres mostrar o que vale, no início do caminho para os Jogos de 2012. A opção foi por um dos símbolos da cidade, um autocarro vermelho de dois andares puxado por três ciclistas e rodeado de bailarinos. 
Uma menina chinesa entregou depois uma bola de futebol a outra menina inglesa que passeando pelas costas dos bailarinos entrou dentro do autocarro, cujo segundo andar se abriu para dar início a um dueto entre o guitarrista Jimmy Page, dos Led Zepellin, e a cantora Leona Lewis.
Depois foi o delírio. A criança inglesa apareceu ao lado de David Beckham. Beckham não precisou de dizer nada, nem quase se mexer. Num testemunho do poder do desporto - e das celebridades - bastou-lhe dar um pontapé na bola para levar o “Ninho de Pássaro” ao rubro.
A partir daqui, o realizador Zhang Yimou, que concebeu também o espectáculo de abertura, voltou a dar a rédea solta às 30 horas de música, centenas de acrobatas e dançarinos, 2.583 focos de luz, aos fogos de artifício, aos 4.010 fatos e aos milhares de leques chineses. 
Como uma mistura de aranhas, astronautas e extra-terrestres, dezenas de acrobatas caíram do céu todo a à volta do estádio, durante dezenas de minutos a subir e a baixar constantemente, antes de se erguerem estandartes gigantescos, a deixa para o início do espectáculo de fogo de artifício.
“Nasceram novas estrelas. As estrelas dos Jogos Olímpicos anteriores impressionaram-nos outra vez. Partilhamos as suas alegrias e lágrimas e admiramos suas habilidades. E lembraremos, por muito tempo, as façanhas que testemunhamos aqui”, disse Jacques Rogge, o presidente do COI.
A China, que investiu mais de 40 mil milhões de dólares nestes Jogos Olímpicos (cerca de 27 mil milhões de euro), mas sobretudo todos os atletas que se esforçaram e deram o seu melhor - os que ganharam, os que perderam, os que sofreram - esperam que essas memórias durem muito mais que os fogos de artifício com que a cerimónia acabou.
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