Autor: Lusa
A Direção Regional do PCP/Açores (DORAA) reuniu-se no sábado, na cidade da Horta, na ilha do Faial, tendo responsabilizado os governos da República e Regional pelo “agravamento das desigualdades e injustiças”, refletindo-se num “crescente desequilíbrio social”.
No comunicado divulgado após o encontro, os comunistas açorianos acusam o Governo da República, de coligação PSD/CDS-PP, de ter apresentado um programa “com opções políticas que contam com o apoio de partidos como o Chega, a Iniciativa Liberal e o PS”, considerando que o documento reflete “os objetivos da política de direita”, através da contenção salarial, pensões baixas, desinvestimento nos serviços públicos e uma estratégia de privatizações.
Nos Açores, o PCP critica o Governo Regional de coligação por não procurar “soluções concretas” para cada novo problema, apostando em “estudos” e “facilitando o caminho para a privatização”.
“Não basta anunciar intenções e investimentos com pompa e circunstância. Há muita propaganda e poucos resultados. Os problemas reais dos açorianos — nos transportes aéreos e marítimos, na saúde e no custo de vida — exigem ação, investimento e cumprimento. Mas, isso está longe de acontecer”, apontou o PCP/Açores.
O partido denunciou ainda que as "queixas por falta de pagamento" do executivo açoriano "multiplicam-se", assinalando atrasos nos apoios à pesca, que comprometem o funcionamento das associações e o pagamento de salários.
"A situação social e económica degrada-se diariamente. Não há rumo. Apenas opções desastrosas de uma política de direita, que nos últimos quatro anos tem estado obcecada pelo poder, traçando um caminho neoliberal que impede o desenvolvimento sustentável da região, desvaloriza o setor produtivo e aposta numa nova monocultura: o turismo", criticou.
O PCP/Açores, que não tem representação parlamentar nos Açores, considerou também que há uma "degradação do debate político" na Assembleia Legislativa Regional, alegando que se permite "tudo ao Chega — desde declarações chocantes até ameaças políticas".
"Isso diz tudo sobre a subordinação da coligação PSD-CDS-PPM ao Chega, a quem permite impor a sua agenda reacionária: mas, isto acontece porque na realidade ambos convergem nos objetivos — privatizações, retirada de direitos, baixos salários e destruição dos serviços públicos", sustentou o PCP nos Açores.
O partido garantiu ainda que vai continuar "ao lado dos trabalhadores, dos jovens e do povo", saudando "a luta dos trabalhadores da EDA, dos matadouros da região e de todos os trabalhadores do setor privado" exigindo o aumento do acréscimo regional ao salário mínimo nacional de 5% para 10%.