Autor: Lusa/Ao Online
Durante uma sessão solene na Câmara Municipal da Horta, na ilha do Faial, nos Açores, Pedro Passos Coelho ressalvou, contudo, que a concretização dessa obra poderá ser incluída nas obrigações da Ana - Aeroportos de Portugal, caso seja declarada "fundamental para a segurança da própria pista" pela Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO).
"Se, por parte da ICAO, vier uma deliberação estrita no sentido de que, por razões de segurança, o prolongamento da pista tem mesmo de ser feito, evidentemente que o concessionário não deixará de o fazer. Mas, se não for nessa circunstância, isto é, se resultar apenas da nossa opção, parece-nos que o retorno que é esperado face ao investimento torna muito difícil que nós o possamos concretizar, na medida em que teríamos nós de o suportar, face ao compromisso tomado pela concessionária", afirmou.
Antes, o chefe do executivo PSD/CDS-PP, que está nos Açores em visita oficial, tinha ouvido o socialista José Leonardo, presidente da Câmara Municipal da Horta, queixar-se de a ampliação dessa pista ter ficado "fora do caderno de encargos da privatização da Ana".
José Leonardo apontou a ampliação da pista do Aeroporto da Horta como uma das "obra estruturantes para o crescimento económico" dos Açores, "um projeto há muito negociado e renegociado e assumido por diversos responsáveis políticos".
Passos Coelho respondeu-lhe dizendo que "o investimento que tem de ser realizado face ao retorno esperado que o benefício desse prolongamento pode trazer, e isto torna do ponto de vista público muito difícil concretizar no médio prazo".
O chefe do executivo PSD/CDS-PP referiu que "o número de voos que pode ser recusado em face das circunstâncias que estão associadas à extensão da pista" está estimado em "não mais do que 5% ao longo do ano" e implicaria "um investimento de umas largas dezenas de milhões de euros".
Nesta sessão solene, o presidente da Câmara Municipal da Horta criticou também a Lei dos Compromissos e a Lei das Finanças Locais, alegando que os limites ao endividamento impedem a captação de fundos europeus - o que o primeiro-ministro contestou.
Passos Coelho contrapôs que não será essa legislação que "irá constituir um obstáculo a uma boa aplicação" dos fundos europeus.
Mais tarde, durante uma visita ao Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, na cidade da Horta, o primeiro-ministro ouviu novas queixas, desta vez sobre a política de investimento em ciência e nas bolsas de doutoramento e o seu impacto na investigação científica.
Passos Coelho, que não tinha nenhuma intervenção prevista nesta visita, também não deixou passar essas palavras sem resposta. Num discurso improvisado, defendeu a política seguida pelo Governo nesta matéria, afirmando que segue as melhores práticas europeias, e sustentou que as instituições de ensino superior em geral "têm de evoluir" e de se "adaptar aos tempos e à sociedade".
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