Autor: Lusa/AO online
O Governo "não põe em causa a necessidade de adoção destas medidas", mas "está disponível para poder graduar a maneira como elas serão aplicadas", mas isso, advertiu Passos Coelho, "exige que se encontre do lado da receita a compensação necessária de modo a que o nosso valor do défice para o próximo ano" não fique comprometido. É isso que os deputados "estão a avaliar" e "até segunda-feira haverá uma noção" se é possível "atingir esse equilíbrio ou não", disse Passos aos jornalistas à saída da entrega, pela Fundação Bissaya Barreto, do Prémio Nuno Viegas Nascimento à Acreditar +, Associação de Pais e Amigos de Crianças. Referindo-se aos cortes de subsídios de férias e Natal da função pública e pensionistas, em 2012, Passos Coelho adiantou que está a ser estudada “a possibilidade de fazer uma modelação na forma como eles serão aplicados”. Mas, acrescentou, “não está em causa a necessidade de proceder aos cortes” daqueles subsídios, pois não há "nenhuma outra alternativa" para "garantir externamente que Portugal atingirá o objetivo de um défice de 4,5 por cento no próximo ano”. De todo modo é possível “fazer alguma modelação”, isto é, tentar "garantir que o valor mínimo a partir do qual a medida será aplicada possa ser um pouco mais elevado e se o valor a partir do qual se consumam os cortes do dois subsídios” também possa ser alterado, explicitou o chefe do governo. Tal “graduação” implica “contrapartidas do lado da receita, que têm de ser estudadas”, insistiu. “O governo é o primeiro interessado em garantir que todos os cortes que vão ser feitos no próximo ano não ponham em causa” áreas essenciais, como “as missões das Forças Armadas”, a saúde, em que “não se corte no que é essencial”, e a educação, cuja “redução da despesa não porá em causa a qualidade”, assegurou Passos Coelho. Sobre a greve geral de 24 de novembro, o primeiro-ministro afirmou reconhecer “o direito das pessoas a manifestarem-se e até a fazerem greve”, mas, sustentou, “o que nós precisaremos sobretudo nos próximos anos é de um nível de consciência muito grande, de responsabilidade muito grande e de muito trabalho”. E “é isso”, concluiu, “que espero que o país venha a fazer, como estou convencido que mostrou nesta greve geral”. À tarde, o Passos Coelho preside à sessão solene do Dia Nacional do Engenheiro, no Teatro Académico de Gil Vicente, em Coimbra.