Autor: Lusa/AO Online
A proposta foi aprovada por maioria na votação que decorreu no plenário regional, na Horta, na ilha do Faial, com 26 votos a favor (23 do PS, um do BE, um do IL e outro do PAN) e 29 abstenções (22 do PSD, cinco do Chega, um do CDS-PP e um do PPM).
O diploma (sem força de lei) recomenda ao Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) que “proceda, com caráter de urgência, ao reforço extraordinário de viagens do navio Margarethe, com escalas semanais no porto das Lajes das Flores, durante os próximos meses de outubro e novembro”.
Segundo o PS, o reforço das viagens vai servir para fazer “face às necessidades de exportação de gado vivo e de abastecimento de mercadorias”.
A resolução pede ainda que o “agendamento de escalas nos portos da Praia da Vitória e de São Roque do Pico”, nas ilhas Terceira e Pico, respetivamente, seja feito em “articulação com os representantes do setor agrícola e empresarial da ilha das Flores”.
Na apresentação do projeto, a socialista Dora Valadão alertou que os empresários estão “confrontados com graves constrangimentos” e lembrou as dificuldades operacionais no porto das Lajes das Flores, que foi destruído pelo furacão Lorenzo em 2019 e cuja recuperação tem sido afetada por vários temporais.
No debate, a secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, destacou que os “problemas no transporte de gado estão resolvidos”, garantindo que o Governo Regional está “sempre em contacto” com as organizações da ilha das Flores.
“No fundo, a resolução centra-se no transporte do gado. Quando é que não se resolveu o problema do transporte de gado? Digam um dia. Nunca ficou uma cabeça de gado por sair de qualquer ilha”, declarou.
Também o secretário regional dos Assuntos Parlamentares, Paulo Estêvão, defendeu que não se deve fixar por decreto a periodicidade semanal no transporte marítimo de mercadorias, uma vez que o abastecimento deve “aproveitar todas as oportunidades e todos os dias bons”.
O deputado do Chega José Sousa considerou que a atual frequência do abastecimento às Flores é “insuficiente”, apelando ao executivo açoriano para “não se refugiar no fatalismo das ultraperiferias”.
Cecília Estácio, do PSD, elogiou o aumento das ligações marítimas de mercadorias às Flores durante a atual governação, enquanto o deputado do BE, António Lima, classificou a proposta do PS como preventiva, para garantir o “reforço da operação antes de os problemas acontecerem”.
Também o liberal Nuno Barata afirmou que a “iniciativa do PS tem a vantagem de alertar para a prevenção”, mas defendeu que “é preciso fazer a pedagogia” porque “não se pode ter tudo em toda a hora e em todo o lugar”.