Autor: Rafael Dutra
As instituições museológicas sob a tutela do Governo dos Açores superaram, no ano de 2024, mais de um quarto de milhão de visitas, tratando-se de um aumento de aproximadamente 10 mil visitantes, face ao ano anterior, e um acréscimo homólogo de 4,4%, segundo dados da Secretaria Regional da Educação Cultura e Desporto, revelados ao Açoriano Oriental.
De acordo com as estatísticas registadas no ano passado, verificou-se 254.110 visitantes nos museus da Região, o que equivale a um aumento de 10.678 visitas face ao período homólogo (+4,4%).
Em declarações ao Açoriano Oriental, a diretora regional da Cultura realça que este aumento é “uma excelente notícia”.
“Desde logo, deve-se dar crédito às senhoras e senhores diretores dos museus, mas também dos outros serviços de promoção cultural da Direção Regional da Cultura que têm feito um excelente trabalho”, assinalou Sandra Garcia.
Com um total agregado de 144.097 visitas, o Museu do Pico (84.280 visitas) e o Museu Carlos Machado (59.817) representaram mais de metade do total de visitantes nestas instituições museológicas em 2024 (56,7%).
Por ordem decrescente, seguem-se o Museu de Angra do Heroísmo (31.753 visitantes), o Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas (16.645), os Palácios, que incluem os Jardins Palácio de Sant’Ana e o Palácio dos Capitães-Generais (15.609), o Museu da Horta (13.354), o Museu Francisco de Lacerda (12.218), Museu das Flores (11.012), o Museu de Santa Maria (5179) e o Museu da Graciosa (4243).
Refere-se ainda que o Ecomuseu do Corvo recebeu, em 2024, 6632 visitantes, um aumento em termos homólogos de 21%.
Apesar de uma subida geral do número de visitantes, verificou-se quebras homólogas no total de visitas a algumas instituições, nomeadamente nos Palácios (-21,2%) no Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas (-16,8%), no Museu das Flores (-10,7%) e no Museu da Graciosa (-3,8%).
Não obstante estes decréscimos, verificou-se aumentos nas restantes instituições. Em 2024, o Museu Francisco de Lacerda registou o maior crescimento homólogo quanto à variação no número de visitantes (+19,5%), seguido do Museu Carlos Machado (+16,9%), Museu de Angra do Heroísmo (+16%), Museu de Santa Maria (+14,3%), Museu da Horta (+6,4%) e Museu do Pico (+4%).
Numa desagregação dos visitantes por nacionalidades, verifica-se que, no ano analisado, existe uma diferença pouco significativa, uma vez que 137.377 visitantes nacionais representam 54% do total de visitantes.
Os restantes 116.733 visitantes são de origem estrangeira e representaram 46% do total de visitantes das instituições museológicas da Região em 2024.
Quanto aos museus mais procurados por estrangeiros, destacam-se o Museu dos Baleeiros, do Museu do Pico (23.104 visitas) o Edifício de São Francisco, do Museu de Angra do Heroísmo (18.136 visitas) e o Museu do Vinho, também pertencente ao Museu do Pico (14.580 visitas).
“Temos visto crescer de forma exponencial os nossos visitantes estrangeiros, [ este valor] já está quase equiparado [aos visitantes nacionais]”, afirmou Sandra Garcia.
Para a diretora regional com a pasta da Cultura, trata-se de um acréscimo que está interligado ao crescimento do turismo.
“Vê-se nos números, com o aumento do turismo é natural que os turistas, que não só pela beleza da nossa paisagem, mas pela cultura, pela nossa gastronomia, identidade, também queiram usufruir de estes serviços de promoção cultural, nomeadamente os museus”, explicou.
Questionada como se potencia, ainda mais, a vinda de estrangeiros aos museus da Região, Sandra Garcia sustenta que se trata de continuar a fazer o “caminho que se tem feito”, fazendo-o “com criatividade, com planos de atividade atraentes, com exposições e conteúdos expositivos desafiantes”.
“Julgo que esse caminho está a ser muito bem percorrido, não só pelas iniciativas dos diretores dos museus e das suas equipas, mas também o trabalho conjunto que é feito com a direção regional, desta ideia que temos deste universo todo que nos une a todos das nossas ilhas através dos nosso serviços com objetivos de promoção cultural comuns”, acrescentou.
Nesse sentido, revelou estar preocupada em dar resposta com qualidade aos visitantes, sem sobrecarregar os museus, uma vez que há condicionantes que afetam o maior fluxo, como por exemplo, a maior procura destas instituições em dias de chuva.
“As questões que preocupam o turismo, da sazonalidade,
da descentralização, todos estes desafios que se colocam ao turismo,
são colocado à cultura. Temos de pensar todas estas questões”, frisa,
referindo ainda a importância dos serviços de promoção cultural na época
baixa, apesar de haver uma maior procura na época alta.
“Nos meses
de época baixa temos vindo a crescer e é esse o objetivo. Penso que,
principalmente na época baixa, os nossos serviços de promoção cultural
acabam por ser um pilar de muito interesse e de atratividade para quem
nos visitam”, finalizou.