Autor: Lusa/AO Online
Quando ainda se encontra em Atenas uma missão da 'troika' (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) para avaliar no terreno as medidas adotadas pelas autoridades gregas, ainda não será por isso que será decidido no Luxemburgo o desembolso de nova tranche de ajuda, de oito mil milhões de euros, pela qual a Grécia espera.
Os 17 Estados-membros vão abordar questões complicadas a que procurarão dar algumas respostas já hoje, designadamente a necessidade de chegar a um entendimento com vista à efetiva implementação das medidas acordadas a 21 de julho pelos chefes de Estado e de Governo sobre uma nova ajuda à Grécia e o alargamento do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF).
Fonte diplomática sublinhou que, mais de dois meses depois dessa cimeira, nem uma só medida entrou em vigor e são várias as ameaças que pairam, designadamente sobre a ratificação do reforço e flexibilização do FEEF, face às diferentes leituras que os Estados-membros fazem do compromisso alcançado em julho e a disputas políticas internas.
No que começa a ser uma corrida contra o tempo, dada a urgência da situação, os ministros das Finanças irão procurar alguns progressos, cerca de duas semanas antes de os líderes da zona euro voltarem a encontrar-se, o que sucederá a 18 de outubro, no segundo dia de um Conselho Europeu que muitos consideram decisivo e por altura do qual o FEEF já deveria estar ratificado por todos os países da zona euro.
A nível da reunião do Ecofin, que juntará na terça-feira os ministros das Finanças dos 27, a agenda reserva como principal ponto um debate, lançado pela Comissão Europeia, sobre a “estratégia de saída orçamental”, em torno da possibilidade de alguns países, os poucos que têm alguma margem de manobra a nível orçamental, poderem aliviar um pouco a contenção e investir no crescimento, de forma a prevenir o caminho da recessão.
Os ministros dos 27 irão por fim adotar formalmente o pacote de seis peças legislativas para o reforço da governação económica, conhecido como '6 Pack', aprovado na passada quarta-feira pelo Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
Portugal estará representado nas reuniões de hoje e de terça-feira pelo ministro Vítor Gaspar.
Entretanto, no domingo, a Grécia confirmou, após uma reunião extraordinária, que não vai cumprir as metas do défice para 2011 e 2012 fixadas pela 'troika'. Este ano o défice orçamental deverá atingir os 8,5% do Produto Interno Bruto (PIB), longe dos 7,6% acordados, e para 2012 as previsões apontam para um défice de 6,8% do PIB, enquanto a meta era de 6,5%.