Açoriano Oriental
Maconde formaliza acordo com a banca
A têxtil Maconde anunciou esta quarta-feira ter formalizado com a banca o acordo de viabilização da empresa, no âmbito do qual os actuais accionistas alienaram a unidade industrial Macvila a dois quadros de longa data, conforme reivindicado pelo BCP.

Autor: Lusa / AO online
Em comunicado, o conselho de administração da Maconde adianta que as participações sociais na Macvila - Indústria de Confecções passaram a ser detidas por José António de Barros Amorim, colaborador do grupo há mais de 30 anos, e por Luísa Maria Milhazes Rocha, ligada à empresa há cerca de 20 anos.

"Estas alterações e a assunção da administração da sociedade por parte dos quadros criaram as condições necessárias para a celebração de um acordo com a banca que permite a viabilização desta empresa e a criação de bases para um crescimento sustentado e que, esperamos, bem sucedido", lê-se no documento hoje divulgado.

Segundo salienta a administração da Maconde, para a conclusão deste processo - iniciado em Março e cujo desfecho era esperado há já algum tempo, mas em que se assistiu a sucessivos adiamentos - "foi fundamental a empenhada e permanente intervenção do Ministério da Economia e da Inovação", designadamente do ministro da Economia e do secretário de Estado da Indústria, "que acompanharam de perto as complexas negociações contribuindo de forma decisiva para o seu desfecho".

"A elaboração e implementação deste novo projecto visa, mantendo todo o prestígio, 'know how' e passado da Maconde, ir mais além e implementar uma nova atitude em relação ao mercado, orientada fundamentalmente para o cliente", refere.

"Desta forma - acrescenta - a Macvila, além da busca de novos parceiros de negócio, sem perder de vista os actuais, posicionando os seus produtos nos segmentos de mercado médio-alto e ampliando a sua rede de agentes de agentes e distribuidores, atingirá, estamos convictos, o sucesso".

O acordo de financiamento agora assinado com a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o BCP permitirá sanar o passivo de 32 milhões de euros da empresa de Vila do Conde e dele estava dependente a liquidez necessária para pagar os ordenados de Setembro, ainda em atraso, e o subsídio de férias ainda não pago na totalidade a alguns trabalhadores que já gozaram integralmente o seu período de descanso.

No âmbito do processo de viabilização da Maconde, a administração diz ficarem salvaguardados 491 dos 552 trabalhadores.

"Os restantes, na sua quase totalidade são pessoal não directamente produtivo e que, já há muito, resultava excedentário face à dimensão actual das empresas que compõem actualmente o grupo Maconde", garantiu recentemente o administrador Leite Tavares em declarações à agência Lusa.

A empresa, que nasceu do investimento de um grupo estrangeiro em Vila do Conde, em 1969, chegou a empregar mais de 2.000 trabalhadores, em cinco fábricas, mas em 2002 começou a encerrar unidades, as últimas das quais no ano passado, em Braga e na Póvoa do Varzim.

A única unidade restante do grupo, de Vila do Conde, ainda é a maior fábrica têxtil da região, empregando cerca de 500 funcionários.

Em 2006, no âmbito de um plano de reestruturação liderado pelo então presidente do grupo Mário Pais de Sousa (ex-Vulcano), a Maconde decidiu alienar as lojas Macmoda, Tribo e Zona Franca a três insígnias do grupo Sonae.

Depois da saída de Pais de Sousa em Março deste ano, a empresa tem contado com a colaboração da gestora Maria Cândida Morais (ex-Jornal de Notícias) na elaboração de um novo plano de reestruturação, agora aprovado pela banca.
PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados