Açoriano Oriental
Governo dos Açores quer uma "efetiva" descontaminação na ilha Terceira

O vice-presidente do Governo Regional dos Açores defendeu que tem de haver uma “efetiva” descontaminação de solos e aquíferos na ilha Terceira, que envolva os governos de Portugal e dos Estados Unidos da América.

Governo dos Açores quer uma "efetiva" descontaminação na ilha Terceira

Autor: Lusa/AO Online

“A intenção do novo Governo dos Açores é haver uma efetiva descontaminação dos solos e aquíferos da ilha Terceira. Para isso é preciso o envolvimento do Governo da República e dos Estados Unidos da América. Foi isso que foi transmitido”, avançou Artur Lima.

O vice-presidente do Governo Regional falava, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, numa conferência de imprensa, após ter participado, por videoconferência, na 44.ª Comissão Bilateral Permanente entre Portugal e os Estados Unidos da América.

A contaminação de solos e aquíferos na Praia da Vitória, provocada pela Força Aérea norte-americana na base das Lajes, foi identificada em 2005 pelos próprios norte-americanos e confirmada, em 2009, pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que monitoriza desde 2012 o processo de descontaminação.

Segundo Artur Lima, a pandemia de covid-19 obrigou ao adiamento de um novo estudo do LNEC sobre o atual estado da contaminação, que será realizado “logo que seja possível”.

“É necessário que os relatórios técnicos sejam feitos não apenas por peritos portugueses, mas também por peritos americanos e os resultados têm de ser compatíveis um com o outro. Não pode haver dúvidas sobre qual é o fluxo das águas, se vai em direção ao mar ou em direção à área povoada”, salientou.

O vice-presidente disse que o novo Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) “tem como prioridade máxima estabelecer critérios”, para que seja possível acompanhar a evolução do processo de descontaminação e para que “haja uma efetiva informação às pessoas”.

“Queremos fazer avanços que sejam palpáveis e concretizáveis, que são obviamente mensuráveis no tempo”, frisou, dizendo esperar que “se possa avançar com uma mais efetiva participação por parte do Governo Regional” no processo na próxima reunião da Comissão Bilateral Permanente ou em reuniões intercalares a realizar em Lisboa e “talvez nas Lajes”.

Além da descontaminação, o executivo açoriano enfatizou nesta reunião “a necessidade de aumentar o investimento americano na Região Autónoma dos Açores em algumas áreas”.

Artur Lima destacou a possibilidade de colaboração “ao nível do turismo, logo que passe a pandemia”, mas também na educação, com um aumento das bolsas escolares para estudantes açorianos nos Estados Unidos, e na saúde, com “uma cooperação muito estreita para que profissionais de saúde possam fazer estágios em hospitais e clínicas dos Estados Unidos, nomeadamente, ao nível da medicina de catástrofe e da medicina de emergência”.

Segundo o vice-presidente, o ‘feedback’ dos representantes dos Estados Unidos e do Governo da República foi “muito bom”.

“A preocupação é comum a todos relativamente ao ambiente e à vontade de o resolver, estabelecendo parcerias e um entendimento para que as coisas sejam resolvidas para proteger a saúde das pessoas e o ambiente. Isto ficou claro nesta comissão bilateral e também, por outro aspeto, a vontade de investir nos Açores ao nível da educação, das bolsas de estudo, da medicina e, sobretudo, da transição digital, que é uma área nova que este Governo tem”, sublinhou.


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