Açoriano Oriental
Governo da Madeira quer intervenção de Marcelo para encerrar aeroportos do arquipélago

O presidente do Governo Regional da Madeira considerou este domingo que não é o momento para discutir a inconstitucionalidade das medidas para combater a Covid-19 e quer a intervenção do Presidente da República para encerrar os aeroportos da região.

Governo da Madeira quer intervenção de Marcelo para encerrar aeroportos do arquipélago

Autor: AO Online/ Lusa

Miguel Albuquerque, que falava em conferência de imprensa diária sobre a pandemia da Covid-19, salientou que não obteve resposta do primeiro-ministro ao seu pedido para encerrar o movimento aéreo nos aeroportos da Madeira e Porto Santo, pelo que solicitou uma audiência ao Representante da República na região.

Segundo o presidente do Governo Regional, o objetivo é pedir a intervenção do Presidente da República para resolver esta situação, considerando que é a única forma de proteger os madeirenses e porto-santenses.

Na ocasião, Miguel Albuquerque informou que estão a ser acompanhados cerca de 100 pessoas no arquipélago, não existindo ainda qualquer caso positivo de Covid-19 confirmado.

O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 6.000 mortos em todo o mundo.

O número de infetados ronda as 160 mil pessoas, com casos registados em pelo menos 139 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 245 casos confirmados. Do total de infetados, mais de 75 mil recuperaram.

O epicentro da pandemia provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) se deslocou da China para a Europa, onde se situa o segundo caso mais grave, o da Itália, que anunciou no sábado 175 novas mortes e que regista 1.809 vítimas fatais.

O número de infetados em Itália, onde foi decretada quarentena em todas as regiões, é superior a 21 mil, cerca de 3.500 mais do que na sexta-feira e praticamente metade dos quase 43 mil casos confirmados na Europa, que regista mais de 1.900 mortos.

Até à meia-noite de sábado (16:00 horas em Lisboa), o número de mortos na China continental, que exclui Macau e Hong Kong, subiu para 3.199, após terem sido contabilizadas mais 13 vítimas fatais.

No total, o país soma 80.844 infetados, registando apenas 20 novos casos, e a Comissão Nacional de Saúde informou que, até à data, 66.911 pessoas receberam alta após terem superado a doença.

Além de China e Itália, os países mais afetados são Irão, com 724 mortos (113 novos), Espanha, com 288 (152 novos), e França, com 91 (11 novos).

Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China na zona do surto.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos de infeção confirmados para 245, mais 76 do que os registados no sábado.

Entre os casos identificados, 136 estão internados, dos quais novo em unidades de cuidados intensivos, e há duas pessoas recuperadas.

Lisboa e Vale do Tejo é agora a região que regista o maior número de casos confirmados (116), seguida da região Norte (103), e das regiões Centro e do Algarve (10). Há um caso nos Açores e cinco no estrangeiro.

O boletim epidemiológico assinala também que, desde o início da epidemia, a DGS registou 2.271 casos suspeitos e mantém 4.592 contactos em vigilância, menos do que no sábado (5.011).

O Governo declarou o estado de alerta no país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão, e anunciou a suspensão das atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de segunda-feira.

A restrição de funcionamento de discotecas e similares, a proibição do desembarque de passageiros de navios de cruzeiro, exceto dos residentes em Portugal, a suspensão de visitas a lares em todo o território nacional e o estabelecimento de limitações de frequência nos centros comerciais e supermercados para assegurar possibilidade de manter distância de segurança foram outras das medidas aprovadas.

Os governos regionais da Madeira e dos Açores decidiram impor um período de quarentena a todos os passageiros que aterrarem nos arquipélagos, enquanto o Governo da República desaconselhou as deslocações às ilhas.

Já tinham sido tomadas outras medidas em Portugal para conter a pandemia, como a suspensão das ligações aéreas com a Itália.


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