“Este é um processo com seis anos, que se arrasta há demasiado tempo. Urge uma resposta rápida e positiva. Para uma conferência, o espaço pode funcionar. Para o outro cenário que seria mais fácil, a projeção de filmes, não temos todos os equipamentos disponíveis e há problemas de infraestruturas para colmatar”, afirmou Sofia Ribeiro, que também tutela a Educação e que, com a saída da titular da Cultura na remodelação do Governo Regional, assumiu os Assuntos Culturais.

O espaço foi alvo de obras que deviam ter ficado concluídas em 2019, mas, após a deslocação feita hoje ao local, Sofia Ribeiro comprometeu-se apenas em “abrir o mais depressa possível”, sem adiantar datas porque “a certificação depende de entidades externas”.

“Quisemos deixar aqui um sinal bem claro de total prioridade a este trabalho”, frisou, adiantando que “abrir apenas para cinema é possível que venha a acontecer ainda este ano”.

Quanto ao resto, “o Governo [Regional] não se pode comprometer com coisas que não dependem de si”, explicou, numa gravação áudio feita na ilha de Santa Maria e disponibilizada à Lusa pelo executivo.

A secretária Regional esclareceu ainda que a ausência de material técnico está a ser estudada, de forma a garantir equipamentos “para uma situação mais permanente”, perspetivando um recurso ao aluguer em espetáculos “mais exigentes”.

“Fazer espetáculos musicais ou de dança, depende de que espetáculo se tratar. Por exemplo, se fosse um com um fadista e quatro músicos, seria preciso adquirir material”, notou.

Quanto aos recursos humanos, Sofia Ribeiro explicou que podiam ser cedidos pelo Museu de Santa Maria, sendo que a gestão do espaço, numa fase mais imediata, compete a esta estrutura.

“A longo prazo, [a gestão] é uma questão que teremos de analisar”, disse a governante.

O cinema do aeroporto de Santa Maria está fechado desde 2007 por motivos de segurança, dado o estado de degradação.

Em agosto de 2016, o executivo regional do PS adjudicou a obra de recuperação do cinema, com uma sala com 501 lugares e que tinha sido construído pelos norte-americanos durante a II Guerra Mundial, para dotar o imóvel de condições para espetáculos de teatro, dança, música e cinema e para a realização de conferências.

Em abril de 2018, o Tribunal de Contas concedeu o visto à empreitada de reabilitação do cinema, tendo a obra sido adjudicada por quatro milhões de euros e um prazo de execução de 540 dias, de acordo com um despacho do secretário regional da Educação e Cultura, publicado em Jornal Oficial.

A Força Aérea dos Estados Unidos da América (EUA) instalou-se em Santa Maria durante a II Guerra Mundial e teve ali uma base aérea até ir para as Lajes, na ilha Terceira, no início dos anos de 1950.

Tal como fizeram posteriormente nas Lajes, os EUA construíram em Santa Maria uma pequena cidade para os seus militares, com habitações e infraestruturas, como este cinema.