Açoriano Oriental
Acelerador de partículas
Fuga de hélio deveu-se a ligação eléctrica defeituos
A fuga de hélio ocorrida a 19 de Setembro no acelerador de partículas mais potente do mundo, o LHC, deveu-se a uma ligação eléctrica defeituosa entre dois magnetes do mecanismo, confirmou uma primeira investigação.

Autor: Lusa/AOonline
Segundo o director do CERN (Laboratório Europeu de Física de Partículas), Robert Aymar, a falha eléctrica provocou deteriorações mecânicas e a fuga de hélio das massas frias do magnete, o que forçou a paragem da estrutura.

    Para este responsável, o incidente "imprevisto" será reparado "de modo a que não volte a repetir-se e para que os objectivos de investigação do Grande Acelerador de Hadrões (LHC) possam prosseguir em 2009".

    Acrescentou que "foram adoptados os procedimentos adequados de segurança e ninguém esteve em perigo".

    Esta investigação preliminar, a que se seguirão outras, foi realizada depois do reaquecimento dos magnetes até à temperatura ambiente, de acordo com um comunicado do CERN.

    Para Ana Henriques, especialista portuguesa em física de altas energias, a demora na resolução do problema deve-se ao tempo necessário ao reaquecimento do sector afectado do LHC, para que as reparações possam ser efectuadas, e ao seu posterior arrefecimento.

    "Depois de resolvido o problema, serão necessárias cinco semanas para voltar a arrefecer o segmento do anel até dois graus Kelvin (-271C), que é a sua temperatura de funcionamento", disse à Lusa a investigadora, que trabalha no CERN.

    Acontece que todo o CERN terá de ser encerrado em Novembro e até à Primavera de 2009, devido ao elevado custo da electricidade, pelo que o LHC só então poderá voltar a ser activado.

    O LCH, que começou a funcionar a 10 de Setembro mas foi parado quatro dias depois devido à avaria, tem por objectivo simular os primeiros milésimos de segundo do Universo, há cerca de 13,7 mil milhões de anos atrás, o que é considerada a experiência científica do século.

    Trata-se de um túnel de 27 quilómetros em forma de anel construído a uma profundidade de 100 metros, perto de Genebra, na Suíça, no interior do qual se produzirão colisões de protões numa velocidade próxima da da luz.

    A sua construção prolongou-se por mais de doze anos, ao custo de 3,76 mil milhões de euros, e mobilizou milhares de físicos e engenheiros do mundo inteiro.
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