Aníbal Pires falava aos jornalistas em Ponta Delgada, no final de uma reunião com a direção da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas dos Açores (AICOPA).
O também deputado na Assembleia Legislativa dos Açores disse que o PCP partilha das mesmas preocupações da AICOPA, apesar de "algumas diferenças".
Destacando a "situação económica" e a "elevada taxa de desemprego" nos Açores, Aníbal Pires defendeu que é preciso "encontrar um caminho para que a economia regional possa dar um salto e sair deste ciclo recessivo", tendo "a construção civil um papel importante" neste contexto.
Apesar de os problemas do setor resultarem também da crise generalizada que levou a uma quebra de investimento público e privado, o dirigente comunista considerou que, porém, "há aqui muita coisa a fazer", apontando a requalificação urbana e obras públicas "fundamentais e necessárias" que há ainda por lançar.
A este propósito, reconheceu que a Carta Regional das Obras Públicas apresentada pelo Governo açoriano na sexta-feira integra "algumas iniciativas" com que, "na generalidade", o PCP "até concorda".
"É preciso, de facto, é que elas se executem e sobretudo que sejam devidamente acompanhadas, designadamente naquilo que diz respeito à intervenção do setor financeiro", ressalvou, dizendo que a banca "tem muita responsabilidade na crise que atravessa o setor da construção civil e a economia de uma forma geral porque ao invés de ser promotor do investimento, tem sido fator de estrangulamento do investimento".
Isto apesar de o setor financeiro "ter vindo a beneficiar até de alguns programas de apoio que têm tem sido desenhados na região para as empresas".
"Julgamos que estes apoios devem ser dirigidos efetivamente às empresas e não para o setor financeiro. E, portanto, deve haver aqui a salvaguarda do interesse público e das empresas e alguma disciplina relativamente ao papel que o setor financeiro tem de ter nestes processos", acrescentou.
