Açoriano Oriental
Protestos contra na Birmânia
Enviado da ONU encontra-se terça-feira com líder da Junta Militar
O enviado especial da ONU para a Birmânia, Ibrahim Gambari, vai reunir-se terça-feira com o chefe da Junta Militar birmanesa, general Than Shwe, indicou hoje um responsável do Ministério da Informação birmanês.

Autor: Lusa / AO online
Gambari deslocou-se domingo à noite à nova capital birmanesa de Naypyidaw, pela segunda vez em 48 horas, com a esperança de ser recebido por Than Shwe.

No entanto, um responsável do Ministério da Informação birmanês indicou que Gambari tinha sido convidado hoje para fazer uma viagem apadrinhada pelo regime birmanês a Lashio, localidade situada a cerca de 400 quilómetros a nordeste de Naypyidaw.

“Gambari deixou Naypyidaw hoje de manhã com destino a Lashio. Regressará amanhã (terça-feira) e encontrar-se-á com o generalíssimo em Naypyidaw”, precisou o responsável.

Entretanto, em Rangum, depois de dias de repressão da Junta Militar, as forças de segurança retiraram as barreiras das ruas e parecem ter sido deslocadas do centro para os arredores da cidade.

Apesar da retirada gradual das forças de segurança, estas continuavam hoje a revistar automóveis e autocarros e Rangum continuava a ser vigiada por helicópteros.

Em Rangum, o trânsito mantinha-se escasso, muitas lojas permaneciam fechadas e alguns monges budistas foram autorizados a sair dos mosteiros para recolher doações de alimentos, mas vigiados por militares, referiram testemunhas.

O Pagode Sule, um dos locais centrais dos protestos, reabriu hoje e as barreiras colocadas em redor já foram retiradas.

No entanto, um diplomata asiático afirmou hoje que todos os monges detidos foram obrigados a deixar de usar as vestes habituais e a usar roupa civil e muitos deverão enfrentar largas penas de prisão.

Os protestos contra as medidas de austeridade da Junta Militar - iniciados a 19 de Agosto depois do governo birmanês ter anunciado um aumento de mais de 500 por cento do preço da gasolina - transformaram-se em protestos em massa contra 45 anos de ditadura militar quando os monges budistas começaram a liderar as manifestações a 18 de Setembro, tendo mais de um milhar de bonzos desfilado em duas cidades da Birmânia (actual Myanmar).

Na semana passada, em resposta aos protestos contra a Junta Militar, os militares dispararam indiscriminadamente contra os manifestantes desarmados, matando pelo menos dez pessoas, segundo dados do governo birmanês. Grupos dissidentes afirmaram que pelo menos 200 pessoas terão morrido.
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