Enfermeiros descontentes com suspeitas do secretário

As declarações do secretário regional da Saúde, Clélio Meneses, sobre a suspeita de vacinação indevida, no último fim de semana, em Ponta Delgada provocou um enorme desconforto junto da maioria dos enfermeiros da Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel (USISM).



Segundo apurou o Açoriano Oriental, um conjunto de enfermeiros reuniu, ontem, com o conselho de administração da USISM, com o objetivo de clarificar os procedimentos e perceber as suspeitas que foram levantadas com a vacinação nas Portas do Mar.

Os enfermeiros, que estão na linha da frente no combate à pandemia, há mais de um ano, estão desagradados  com as declarações proferidas pelo secretário regional da Saúde, porque consideram que levantam suspeitas sobre o profissionalismo da classe. 

Segundo as informações recolhidas, os enfermeiros referem que apenas procedem à administração da vacinação das pessoas, após uma triagem efetuada por outros profissionais da saúde, ficando desagradados com as suspeitas de envolvimento na vacinação indevida de pessoas.

O secretário regional da Saúde, Clélio Meneses, que vai anunciar esta manhã as novas medidas para a Covid-19, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, vai deslocar-se à tarde a Ponta Delgada para visitar o Centro de Vacinação e reunir com a administração da USISM.

O objetivo da deslocação do secretário regional da Saúde a São Miguel será dialogar, diretamente, com os profissionais de saúde da USISM e clarificar os procedimentos de vacinação.

“Percebo o desconforto dos enfermeiros e profissionais de saúde. Esta é uma situação que a todos perturba. Existe uma  evidente deturpação dos critérios objetivos de vacinação. Queremos apurar os verdadeiros responsáveis para que não pague o justo pelo pecador. Queremos salvaguardar a imagem de todos, que com enorme esforço, têm dado tudo para proteger os açorianos”, afirmou o secretário regional da Saúde, Clélio Meneses ao Açoriano Oriental.

O secretário assume que o inquérito que mandou instaurar pretende identificar e punir “os precisos responsáveis pelo processo de vacinação indevida”.

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