Autor: Lusa/AO Online
A posição da Direção e a Comissão Especializada do Turismo da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) foi manifestada numa reunião na sexta-feira, onde foi analisada a situação do setor, abordadas as experiências já iniciadas da retoma da atividade em vários países e regiões e feita uma reflexão sobre as perspetivas que se colocam ao futuro do turismo na região e, em especial em São Miguel e Santa Maria.
É preciso "definir, com urgência, um calendário contemplando a abertura das ligações internas e com o exterior, a respetiva política de transportes e o fim da quarentena dos viajantes", propõe a Direção e a Comissão Especializada do Turismo da CCIPD, referindo que a "atual indefinição" na sequência da Covid-19 "está a paralisar toda a atividade não só a imediata, mas também para os próximos meses".
No entender da CCIPD, as empresas do turismo "precisam, com muita antecedência, de saber com o que podem contar para decidirem quando abrem ou se encerram definitivamente", tendo em conta as atuais circunstâncias devido à pandemia.
Lembrando que o setor do turismo foi "responsável, em 2019, por mais do que 12% do PIB e 20% do emprego (direto e indireto) dos Açores", a Comissão Especializada em Turismo da CCIPD aponta, em comunicado, que "quanto mais tardia for a resposta regional, mais funda será a crise, maior será o desemprego" e "maior" será o "esforço para voltar a colocar os Açores nos mercados, tarefa que demorou muitos anos a conseguir".
"Um colapso do setor do turismo provocará uma hecatombe maior do que a da construção civil na última crise, quando só este setor perdeu mais de 12.000 postos de trabalho", alerta.
A Direção e a Comissão Especializada do Turismo da CCIPD consideram "profundamente preocupante a situação do setor", que está "quase totalmente inativo" devido à pandemia, com "impactos avassaladores na situação financeira das empresas".
Numa altura em que "todos os exemplos atuais de retoma assumem a convivência com o vírus, assumindo as devidas cautelas adicionais da população e das empresas", a Direção e a Comissão Especializada da CCIPD entendem que a nível regional é preciso "planeamento", uma "clareza de objetivos" e "metas de reabertura" por parte das entidades competentes para que "os operadores e os turistas possam programar as suas atividades, à semelhança do que acontece um pouco por todo o mundo".
É preciso definir com "urgência, a estratégia a seguir para a retoma da atividade, trabalhando a imagem do destino nos mercados", sublinha a CCIPD, apontando que se está a verificar "uma grande agressividade de destinos concorrentes" também para retomarem.
"Prolongar o ‘lay-off’ simplificado ou criar uma medida equivalente, até que a atividade retome a normalidade, que se perspetiva só venha a ocorrer no 2º trimestre de 2021", e "medidas que ajudem a suportar custos não salariais, a fundo perdido, uma vez que muitas empresas não terão receitas significativas durante mais de 12 meses", são outras das propostas da CCIPD para o turismo.