Autor: Lusa/AO online
"Damos por bom o argumento do Governo da maioria, segundo o qual assim se vai cumprir o programa de ajuda externa e fazer sair da cena a humilhante ‘troika’, que a desassisada desgovernação do PS socratiano, sempre apoiada pelo PS/Açores, trouxe para Portugal", lê-se na declaração de voto assinada pelos três deputados do PSD eleitos pelos Açores, João Bosco Mota Amaral, Joaquim Ponte e Lídia Bulcão, a que a Lusa teve acesso.
No entanto, na declaração de voto, que não foi anunciada no final da votação do OE - aprovado com os votos favoráveis da maioria PSD/CDS e contra da oposição e do deputado do CDS eleito pela Madeira Rui Barreto - os parlamentares sociais-democratas expressam "as maiores discordâncias com várias das medidas orçamentais aprovadas" e dúvidas sobre "a exatidão de algumas das previsões macroeconómicas".
Entre as medidas que criticam no orçamento do próximo ano, destacam o "agravamento da carga tributária na Região Autónoma dos Açores por virtude da Lei das Finanças Regionais", contra a qual votaram, a "negação da responsabilidade do Serviço Nacional de Saúde no tratamento, no território continental da República, dos doentes oriundos da Região Autónoma dos Açores", "interferências várias na autonomia orçamental da Região Autónoma dos Açores" e "cortes nos salários e nas pensões e agravamento da carga tributária das famílias portuguesas".
Os deputados dos Açores apontam também entre as medidas que merecem a sua discordância o que classificam de "desconsideração do trabalho dos antigos titulares de cargos políticos", sublinhando que estes "confiaram nas leis ao tempo vigentes e se confrontam agora com o abandono das responsabilidades do Estado como pessoa de bem".