Açoriano Oriental
Convenção do BE/Açores aprova moção para “construir o caminho à esquerda”

A VII Convenção Regional do BE/Açores aprovou este sábado a moção global “Combater as desigualdades, construir o caminho à esquerda”, que aposta nos serviços públicos e na ciência e tecnologia, em detrimento da “monocultura do turismo”.

Convenção do BE/Açores aprova moção para “construir o caminho à esquerda”

Autor: Lusa /AO Online

“O Bloco não mudou e a moção” hoje aprovada por unanimidade “assume o programa” com que o partido se apresentou “às últimas eleições regionais e atualiza a linha estratégica para o futuro mais próximo”, explicou o coordenador regional do partido, António Lima.

Na única moção global que foi hoje apresentada em Ponta Delgada, denominada “Combater as desigualdades, construir o caminho à esquerda”, o líder regional defendeu que “a resposta à crise deve ser a prioridade da região”.

Assim, os bloquistas insistem numa “resposta emergente a quem perdeu tudo ou quase tudo, a quem não tem rendimento, às crianças e jovens que perderam meses a fio de escola”.

O partido continua a defender os “melhores serviços públicos”, destacando que “a pandemia [de covid-19] revelou as fragilidades do Serviço Regional de Saúde” e “a conservação da natureza e dos ecossistemas, mesmo aqueles que no mar profundo atiçam a cobiça de quem o vê como o novo petróleo”.

Para a economia, propõe um caminho que “aposta na inovação e na ciência”, uma área que tem sido negligenciada, acusa o líder da estrutura regional.

“O Governo vê apenas o turismo como único setor que pode gerar emprego. Uma nova monocultura é um erro que custará caro por gerações”, denunciou António Lima.

São, por isso, defendidas “políticas de apoio à contratação que garantam criação de emprego estável e não de emprego precário como este Governo [PSD/CDS-PP/PPM] insiste em repetir”.

O BE/Açores quer reforçar ainda a sua “atividade local, a começar pelas próximas eleições autárquicas, colocando no centro do debate em cada um dos concelhos políticas sociais justas, o direito à habitação e a bens essenciais de forma universal, um meio ambiente mais saudável e o acesso gratuito aos transportes públicos locais”.

Para as autárquicas, a moção admite o apoio a movimentos de cidadãos, mas recusa coligações.

António Lima não poupou críticas ao atual e anterior governos, lembrando que “o Bloco opôs-se frontalmente ao regresso da direita ao poder nos Açores”, mas diz que, para o Governo de coligação PSD, CDS-PP e PPM ter chegado ao poder, “o Partido Socialista precisou de ter muitas políticas erradas durante 24 anos” de governação.

Para o responsável político, “as mudanças políticas que o Governo da direita trouxe são poucas, na verdade, e as que existem são em regra para pior”.

“Na economia vemos a mesma estratégia de sempre que fez e faz com que os Açores permaneçam a região mais pobre do país. Por este caminho vamos continuar a sê-lo”, prosseguiu.

Hoje foi também eleita a Comissão Coordenadora Regional, com 96% votos a favor e 4% de abstenção, da qual o atual líder António Lima é o primeiro candidato, sendo reconduzido como coordenador regional.

A estrutura deixa de ter 15 elementos e passa para 17 e mantém-se praticamente inalterada, registando-se a saída do ex-deputado regional Paulo Mendes e de Vitória Fróias e entram Giuseppe Grassi, Hugo Bettencourt, João Margarido Ramos e Mário Rui Pacheco.

Em debate estiveram também moções sobre os jovens, a violência doméstica, as alterações climáticas e uma moção que apela à união e coesão no partido.

A VII Convenção Regional do Bloco de Esquerda dos Açores estava marcada para 2020, mas teve de ser adiada para 2021, devido à pandemia de covid-19.

A última convenção aconteceu em julho de 2018, sob o lema “Mais Açores, Mais Esquerda”.


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