Autor: Lusa/AO Online
“Estamos a dar um passo muito importante, é um passo que tem como precedente a qualidade e a excelência do queijo de São Jorge e o talento desde há 500 anos para transformar leite de elevada qualidade e queijo de elevadíssima qualidade”, afirmou o presidente do executivo açoriano.
José Manuel Bolieiro falava aos jornalistas na sede da Confraria do Queijo de São Jorge, na Beira, após a assinatura de um protocolo entre a organização, o Governo Regional e as câmaras municipais das Velas e Calheta para inscrever os “saberes e as técnicas tradicionais da confeção do Queijo de São Jorge como Património Cultural Imaterial".
A intenção passa por classificar o produto, um ‘ex-líbris’ da gastronomia açoriana, como Património Cultural Imaterial nacional e da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
“Queremos um reconhecimento, primeiro nacional, depois mundial, através da UNESCO, para estes saberes terem reconhecimento”, reforçou José Manuel Bolieiro.
Já o responsável pela Confraria do Queijo de São Jorge, António Azevedo, defendeu que o reconhecimento vai permitir elevar o produto a um “patamar superior”.
“Com esta candidatura a património imaterial, depois pretende-se fazer candidatura a património da UNESCO. É claro que a valorização, quer do queijo e depois, por conseguinte, do leite e dos seus produtores, será uma mais-valia para a ilha de São Jorge", afirmou.
António Azevedo, que é a responsável por fazer a certificação do queijo DOP, adiantou que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai ser entronizado confrade honorário numa cerimónia a 23 de abril.
Relativamente ao processo junto da UNESCO, acrescentou, poderá demorar cerca de dois anos, “caso corra tudo bem”.
“Os próximos passos são fazer a recolha de todas as receitas do queijo de São Jorge que estão guardadas e fazer uma investigação acerca do queijo para fazer esse registo e, depois, levarmos essa candidatura a nível nacional”, explicou.
A Confraria do Queijo de São Jorge conta com cerca de 80 membros efetivos e 100 honorários.
Em setembro de 2023, o Governo dos Açores já tinha anunciado que ia iniciar o processo junto da UNESCO.