Açoriano Oriental
Cerca de 30 pessoas protestam no Novo Banco em Lisboa contra despejos por penhora

Cerca de três dezenas de pessoas estão, esta terça-feira, concentradas em frente à sede do Novo Banco, em Lisboa, para exigir a suspensão de dois processos de penhora que podem levar ao despejo de duas famílias sem alternativa habitacional.

Cerca de 30 pessoas protestam no Novo Banco em Lisboa contra despejos por penhora

Autor: Lusa/AO Online

“Novo Banco: recebe milhões, mas penhora casas e despeja pessoas, não pode ser!”, lê-se na faixa erguida pelos manifestantes, que estão desde as 10:30 concentrados junto à sede desta instituição bancária.

Em declarações à agência Lusa, António Gori, da Habita! – Associação pelo direito à habitação e à cidade, disse que o protesto conta com a participação de 30 pessoas solidárias com a situação das duas famílias em risco de despejo e adiantou que estão a decorrer reuniões de negociação entre as pessoas afetadas e administrativos do Novo Banco.

Considerando que as reuniões “não são suficientes” para que o problema seja solucionado, António Gori referiu que o protesto vai continuar “até que haja uma garantia de suspensão dos despejos e que seja aberto um processo de negociação com as famílias afetadas”.

Enquanto as reuniões decorrem no balcão do Novo Banco, os manifestantes estão concentrados em frente à sede da instituição bancária, numa ação de protesto organizada pelas associações Habita e Stop Despejo.

A Lusa questionou o Novo Banco sobre o protesto e que soluções estão a ser estudadas para dar respostas às famílias em risco de despejo, aguardando ainda resposta.

Em comunicado conjunto, a Habita e a Stop Despejo criticaram a intervenção dos bancos como “atores determinantes do processo de financeirização da habitação”, no âmbito da política de habitação em Portugal, com a entrega de dinheiro público aos bancos para bonificar os juros dos empréstimos para compra de casa.

“Nesta bonificação de juros foram gastos mais de 7.000 milhões, quase 75% de todo o dinheiro investido pelo estado em habitação, quase cinco vezes o que foi gasto em programas de realojamento ou na promoção de habitação pública, que obtiveram menos de 1500 milhões”, apontaram as associações, referindo que “o Novo Banco já recebeu do Estado 3.900 milhões de euros e vai receber este ano mais 600 milhões, em grande contraste com os 135 milhões de euros orçamentados para a habitação”.

Para a Habita e a Stop Despejo, o incentivo à compra de casa própria foi “uma enorme ajuda aos bancos”, porque criou um sistema para construir casas que ficaram vazias e permitiu sobreavaliar as casas para empolar os empréstimos, levando ao descalabro do crédito mal parado associado à crise financeira.

O conhecimento deste sistema “não impediu que no fim muitas pessoas perdessem as casas e ainda assim mantivessem as dívidas”, alertaram as associações, considerando “vergonhoso” que o Estado continue a “injetar capital em bancos privados suspeitos de fraude”.


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