“Vamos procurar, com todos os países que o desejarem na América Latina ou noutros continentes, uma solução pacífica” e evitar uma “intervenção” norte-americana na Venezuela, declarou a Presidente de esquerda durante a habitual conferência de imprensa diária.
"Não concordamos com intervenções (...) e somos a favor da solução pacífica dos conflitos", afirmou.
Isto, acrescentou, "para além do governo de [Nicolás] Maduro na Venezuela", porque, referiu, "isso é outra questão."
A vitória de Maduro nas eleições presidenciais da Venezuela de julho de 2024 é contestada pela oposição venezuelana, cuja líder, María Corina Machado, foi distinguida este mês com o Prémio Nobel da Paz, bem como por vários países da comunidade internacional.
"A questão central é o intervencionismo e a interferência", afirmou.
A Presidente mexicana acrescentou que, em caso de disputa, "existem todos os mecanismos estabelecidos pelas Nações Unidas" para canalizar uma solução pacífica, com a participação das partes envolvidas.
Pouco antes, o seu homólogo brasileiro, Lula da Silva, também se colocou “à disposição” dos governos norte-americano e venezuelano, acrescentando que “provavelmente” falaria com o Presidente dos EUA, Donald Trump, “antes do Natal” para evitar uma “guerra fratricida”.
Trump ordenou esta semana um “bloqueio total” contra os petroleiros sob sanções que chegam ou partem da Venezuela, aumentando a pressão contra o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que acusa de usar o petróleo para financiar “o narcoterrorismo, o tráfico de seres humanos, os assassínios e os sequestros”.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou na quarta-feira “à contenção e à pacificação imediata da situação”.
Na semana passada, o Comando Sul dos Estados Unidos, que atacou mais de três dezenas de embarcações e executou 95 tripulantes alegadamente ligados ao narcotráfico nas Caraíbas e no Pacífico Leste desde o verão, apreendeu em águas internacionais o petroleiro Skipper, que transportava crude venezuelano.
Os Estados Unidos também reforçaram a presença militar no Mar das Caraíbas desde agosto, sob o argumento da luta contra o narcotráfico, enviando para a região em outubro o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford, com cerca de 5.000 militares a bordo e 75 aviões de combate, incluindo caças F-18, com uma escolta de cinco contratorpedeiros.
No final de outubro, o número de soldados norte-americanos no sul das Caraíbas e na base militar dos Estados Unidos em Porto Rico ascendia a 10.000, metade dos quais a bordo de oito navios.
