À agência Lusa, o presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, explicou que na reunião magna, que reúne representantes das 20 Cáritas diocesanas do país, vão ser actualizados os dados sobre os pedidos de ajuda à organização.
Eugénio Fonseca admitiu que “é grande a pressão que está a ser exercida à Caritas relativamente à procura” e manifestou apreensão sobre esta situação: “O que me preocupa também é que, se continuarmos a este ritmo, podemos dentro de algum tempo não ter até sequer os meios suficientes para ir minorando, atenuando, os problemas que nos estão a ser apresentados”.
“A nossa frustração é não termos condições em termos de recursos nem o país estar ainda no dinamismo que seja favorável a determinados tipos de investimentos”, disse o presidente da Cáritas, para quem “a solução passa, efectivamente, por devolver, às pessoas o seu posto de trabalho perdido”.
A questão política do país, que a 05 de Junho é chamado a votar, deverá também ser abordada no conselho geral.
Eugénio Fonseca apelou aos portugueses para que não se demitam de votar, considerando também que, face à situação do país, devem ter uma “atitude de colaboração”.
“Todos, neste momento, estamos convocados a lutar pelo progresso do nosso país”, salientou, sustentando que “esta é a hora daqueles que até agora têm beneficiado de melhores condições de vida (…) que façam agora essa opção de pôr aquilo que lhes é dispensável ao serviço daqueles a quem falta o essencial”.
Para o responsável, os portugueses ficarão “muito mal” se remeter as responsabilidades da superação da atual crise “só para o Governo”.
Aos políticos, Eugénio Fonseca pede que “tenham o sentido explícito e bastante transparente do bem comum” e que se deixem de “defesas de interesses institucionais, partidários, ideológicos”.
“O único interesse que deve mover todos aqueles que se vão propor ao sufrágio dos portugueses é o interesse do povo e, sobretudo, que o interesse seja por aqueles que têm menos possibilidades de acederem às oportunidades que possam ser facultadas”, declarou.
Os trabalhos do Conselho Geral da Cáritas, presididos pelo presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, arrancam às 21:30 de hoje com a evolução da situação económica e social do país.
No sábado, o dia é dedicado a assuntos internos da instituição, estando ainda reservada a análise de matérias como o Fundo Social Solidário ou o Observatório Social da Conferência Episcopal Portuguesa.
O conselho geral termina no domingo com um colóquio sobre voluntariado.
Crise
Cáritas Portuguesa analisa situação social e económica do país
A Cáritas Portuguesa analisa a partir de hoje a situação social e económica do país no decurso do conselho geral da instituição que arranca ao final do dia e termina no domingo, em Quiaios, Figueira da Foz.
Autor: Lusa/AO online
