Europeias

BE critica passividade do Governo face a concorrência espanhola na pesca

O cabeça-de-lista do BE às europeias defendeu esta sexta-feira a união dos armadores de pesca para fazer face às dificuldades no sector, deixando ainda críticas à passividade do Governo português em relação a concorrência das lotas espanholas.


“Os produtores quando se encontram em dificuldades, a linha tem de ser sempre a união e não a concorrência. Desta forma falam, inclusivamente, com uma voz muito mais forte para o Governo”, defendeu Miguel Portas, em declarações aos jornalista no final de uma visita à lota de Sesimbra e à cooperativa de armadores Artesanal-Pesca.

Apontando esta cooperativa, que trata, congela e embala o pescado, como “uma situação única”, Miguel Portas defendeu a multiplicação desse bom exemplo, porque “quando os produtores se juntam são capazes, não de concorrer entre si, mas de afirmarem a sua própria força, num mercado onde o intermediário é rei e senhor”.

Quanto às queixas que ouviu durante esta sua visita, Miguel Portas destacou a necessidade de garantir as compensações prometidas para os períodos de defeso, a questão da partilha das águas e o problema da modernização da frota.

Por outro lado, acrescentou, há ainda problemas no que diz respeito à concorrência das lotas espanholas, que seguem regras de fiscalização muito menos apertadas do que as portuguesas, considerando que “não se justifica que o Governo português seja mais papista que o Papa”.

Porque, referiu, enquanto do outro lado da fronteira, que tem uma indústria pesqueira muitíssimo mais forte, “fecham os olhos”, o Governo português quer ser “bom aluno” e aplica todas as regras que em Espanha não são aplicadas, “em prejuízo inevitavelmente do armador português”.

Contudo, acrescentou, tal não deve significar um fechar de olhos do Governo português.

“Acho que o governo português devia impor e discutir muito seriamente com o Governo espanhol, aliás, tanto quanto se sabe José Sócrates e Zapatero têm excelentes relações, podiam começar exactamente por discutir o preço mínimo nas lotas, o chamado preço da retirada”, salientou.

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