Autor: Lusa/AO Online
Num requerimento entregue na mesa da Assembleia Legislativa dos Açores, divulgado em nota de imprensa, o Grupo Parlamentar do BE/Açores “admite que possa ser necessário controlar a população de gamos no Monte Brasil mas não aceita que a solução passe pelo abate dos animais".
“Seria não só uma crueldade desnecessária, mas também uma grande incoerência do Governo Regional, passar a abater gamos logo a seguir a, finalmente, depois de muitos anos de luta do Bloco, ter-se conseguido acabar com o abate de cães e gatos saudáveis nos canis”, afirma a deputada Alexandra Manes.
A parlamentar do Bloco considera ser “necessário saber exatamente o número de gamos existente no Monte Brasil, e definir qual será o número desejável de animais para a área e as condições existentes".
De acordo com o Bloco, "deve ser desenhado um plano de gestão da população de gamos no Monte Brasil, que tenha soluções para manter o controlo do número de animais, de forma constante ao longo dos anos, com monitorização permanente pelos serviços de Ambiente do Governo Regional”.
Citando o secretário regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural, António Ventura, que “referiu que o Governo irá, em primeiro lugar, procurar ceder animais a outras entidades, como forma de reduzir a população de gamos no Monte Brasil”, a deputada quer saber “que entidades foram, ou serão, contatadas para este efeito”.
“Caso o Governo insista em avançar para o abate, que métodos serão utilizados: caça ou processo realizado por um médico-veterinário?”, questiona o BE.
A deputada sustenta que “uma região que se quer afirmar pela sua natureza não pode permitir que se recorra à caça grossa como forma de controlo populacional”, considerando que “é chocante ver que o secretário regional da Agricultura que ainda recentemente dizia que a região estava na vanguarda do bem-estar animal venha agora propor o abate de gamos como forma de controlo populacional”.
No requerimento questiona-se ainda o executivo açoriano sobre qual a evolução do número de espécimes ao longo dos últimos 10 anos.
O BE quer apurar também quantos ataques de gamos a pessoas foram registados no Monte Brasil nos últimos dois anos.