Autor: Lusa
Em causa está a violência nas ruas da cidade, em reação às ações do serviço de estrangeiros e fronteiras norte-americano (ICE, na sigla inglesa), afirmou Donald Trump, assegurando que, “se houver uma insurreição, invocá-la-ei certamente”, numa referência à Lei da Insurreição.
“Houve certas zonas de Los Angeles onde poderia ter havido uma insurreição. Foi terrível, mas estes insurrectos foram pagos: são desordeiros que foram pagos", afirmou, sem apresentar provas, em declarações à imprensa a partir da Casa Branca.
A Lei da Insurreição estabelece o mecanismo para ativar o uso de tal força em tempos de rebelião.
Até agora, Trump tem recorrido a uma legislação que lhe permite assumir poderes estaduais para poder enviar tropas.
O Presidente recordou que “esperou” até sete dias depois de o governador do Minnesota, Tim Walz, ter decidido enviar a Guarda Nacional durante os violentos protestos contra a morte de George Floyd no seu primeiro mandato.
“Disse a mim próprio: se algo assim voltar a acontecer, temos de tomar decisões mais rápidas”, afirmou.
Trump descreveu também imagens televisivas das últimas horas que mostravam manifestantes “com enormes martelos” a bater no asfalto e a “partir betão”.
“Estavam a subir pontes e a deixá-los cair no tejadilho de um carro”, disse.
“Quando não houver perigo, eles vão-se embora”, sublinhou o Presidente numa conferência de imprensa em que aproveitou para criticar o governador da Califórnia, Gavin Newsom.
Los Angeles entrou hoje no seu quinto dia de tensão, depois de manifestações pacíficas contra as rusgas terem escalado para confrontos com a polícia, com episódios de violência, carros incendiados e centenas de detenções que resultaram na militarização da cidade.
A decisão de Trump de passar por cima do governador, o Democrata Gavin Newsom, e ordenar o envio de dois mil soldados da Guarda Nacional para proteger os edifícios federais na cidade, uma medida sem precedentes nos últimos 60 anos, motivou críticas de ativistas, defensores das liberdades civis e autoridades como o próprio governador e a presidente da Câmara de Los Angeles, Karen Bass.