Autor: Lusa/AO Online
“Vamos ter de encetar medidas mais excessivas do que aquilo que temos vindo a fazer neste momento, de forma a acautelarmos todo este comportamento pouco linear do vírus”, avançou Tiago Lopes, no ponto de situação diário sobre o surto na região, feito em Angra do Heroísmo.
Os Açores registaram quatro novos casos da covid-19: três mulheres na ilha de São Miguel, com ligação a uma cadeia de transmissão local, e uma mulher na ilha do Pico, com histórico de viagem recente ao exterior.
O caso da ilha do Pico foi detetado depois dos 14 dias de quarentena obrigatória exigida a quem chega de fora do arquipélago, mas, segundo Tiago Lopes, já tinha sido recomendado um prolongamento desse período.
“Este é daqueles casos em que tínhamos alargado o período de quarentena, por precaução, pela ligação epidemiológica que este caso detém”, afirmou.
Também já foi detetado um caso positivo de Covid-19, que tinha tido anteriormente resultado negativo, por isso o responsável da Autoridade de Saúde Regional defendeu a necessidade de uma “maior atenção” aos casos em vigilância ativa.
“Estamos a identificar todos aqueles que já tinham cumprido o seu período de quarentena e novamente contactar as delegações de saúde em termos da vigilância ativa que estão a fazer, para ver se algum deles desenvolveu sinais ou sintomas de infeção”, revelou, admitindo a possibilidade de serem feitos mais testes.
Segundo Tiago Lopes, o facto ter surgido apenas um caso novo nos Açores entre sábado e segunda-feira criou uma expectativa “demasiado positiva” na população, mas o surto ainda não está controlado.
“Nós ainda estamos de quarentena e temos de ficar de quarentena durante mais algumas semanas”, alertou.
Os Açores têm nove profissionais de saúde infetados e uma das cadeias de transmissão local deu origem a infeções no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada.
O responsável da Autoridade de Saúde Regional salientou que o cenário “é mais favorável” do que o pensado inicialmente, porque já foram testados mais de 100 profissionais de saúde e a maior parte teve resultado negativo.
Ainda assim, admitiu que a administração do hospital está a avaliar a necessidade de reorganizar serviços, frisando que os profissionais que tenham tido resultado negativo e sejam considerados contactos próximos de “baixo risco” poderão voltar a exercer funções.
“Dentro dessa reorganização se houver necessidade ou de transferir alguns doentes ou de alocar mais profissionais é esse o plano de contingência que nós temos”, sublinhou.