Autor: Carolina Moreira
O presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande revelou ontem ao Açoriano Oriental que a autarquia já se encontra “no terreno” a tentar “identificar e apanhar” a matilha de cães vadios que atacaram mais de vinte vacas, entre as freguesias da Lomba de São Pedro e da Maia.
Segundo Alexandre Gaudêncio, tratam-se de “20 a 30 animais abandonados supostamente durante a abertura da época da caça”, uma situação que lamenta ser “recorrente”, “principalmente nesta altura do ano”.
“Nós já tínhamos essa informação de forma não muito oficial, através de relatos daqui e de acolá, e efetivamente agora com a denúncia pertinente da Associação Agrícola estamos já no terreno a fazer o levantamento, a identificar estes animais para que possamos efetivamente apanhá-los”, avança.
O presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande ressalva, no entanto, que “identificar os animais é um trabalho bastante complicado porque estamos a falar de zonas remotas, no limite do concelho”, revelando ainda que “também há relatos desses ataques no concelho do Nordeste”.
O presidente da Associação Agrícola de São Miguel, Jorge Rita, denunciou esta quarta-feira os danos provocados por uma matilha de cães vadios que conduziu à morte de mais de 20 vacas e feriu outras tantas, uma situação que está a causar “incerteza e desconfiança” aos agricultores, que estão a fazer vigias nas próprias explorações.
Ao Açoriano Oriental, Alexandre Gaudêncio garantiu que “estamos a trabalhar para que esses estragos possam ser minimizados no mais curto espaço de tempo”, ressalvando que pretende responsabilizar os proprietários dos cães vadios, caso os consiga identificar.
“Temos feito muitas sensibilizações junto dos caçadores e, no início do verão, fizemos uma grande campanha gratuita de identificação dos animais e muitos aderiram, por isso estamos convictos de que, ao apanharmos animais, consigamos identificar os respetivos proprietários”, frisou.
O presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande deixou ainda um apelo a “quem vir ou identificar essas matilhas” para que “contacte imediatamente os nossos serviços ou a GNR para que possamos encontrar os animais”.
Questionada sobre uma possível atuação, a GNR afirma que
“ainda não recebeu queixas”, mas garante que vai “encetar contactos para
tentar perceber melhor a situação”. Já a PSP afirma que existe uma
“articulação” com o canil da Ribeira Grande com vista à recolha de
animais errantes e deixa o apelo para que “estas situações sejam
sinalizadas” junto da polícia.