Economia

Atum destinado à indústria conserveira passa a ser pago a 45 dias

O presidente da Lotaçor, empresa pública que gere as lotas do arquipélago dos Açores, afirmou que o atum destinado à indústria conserveira passa a ser pago a 45 dias, mas o restante mantém o pagamento em 24 horas.


“Todo o peixe descarregado em lota para venda directa vai continuar a ser pago no dia seguinte, mas o peixe descarregado em lota com destino à indústria conserveira passa a ser pago a 45 dias”, afirmou José Luís Amaral, acrescentando que esta medida se destina a assegurar os parâmetros de qualidade exigidos pelas empresas conserveiras.

O presidente da Lotaçor salientou que as conserveiras têm duas formas de verificar se o peixe está em condições, sendo uma em fresco depois de cozido e a outra por análise depois de congelado.

Nesse sentido, frisou que “as conserveiras precisam de tempo para garantir que o peixe está em condições e, só depois, a Lotaçor pode efectuar o pagamento”, acrescentando que a empresa de lotas se recusa a pagar "peixe estragado ou que não esteja em condições".

Para José Luís Amaral, esta decisão permite precaver a empresa de prejuízos, mas também beneficia o consumidor, já que “o pagamento tem de ser de peixe e não de lixo”.

“O dinheiro é de todos os contribuintes e os contribuintes não estão disponíveis para pagar a falta de qualidade no sector”, afirmou.

O atum pode também ser vendido directamente às empresas de conservas, através de contrato entre os armadores e a indústria, mas essa é uma prática mais usual com grandes armadores devido a prazos de pagamento mais demorados.

“Os atuneiros podem vender o peixe directamente às conserveiras e as empresas pagam a um prazo que pode ir entre 10 e 45 dias, mas pode também ser pago a três meses ou mais, tudo depende do contrato”, salientou o presidente da Lotaçor.

Por essa razão, apesar da contestação que o alargamento do prazo de pagamento gerou, José Luís Amaral considera que muitos pescadores vão continuar a preferir vender através da Lotaçor, porque o prazo de pagamento continua a ser menor do que o das conserveiras.
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