Açoriano Oriental
Arábia Saudita condena 15 mulheres por conduzirem
Cerca de quinze mulheres da Arábia Saudita foram hoje condenadas por terem sido apanhadas a conduzir durante a acção de protesto no sábado, desrespeitando a lei islâmica que proíbe as mulheres de se sentarem ao volante.

Autor: Lusa/AO online

De acordo com a informação prestada pela polícia, foram muito poucas as mulheres que aderiram ao protesto marcado para sábado e que tinha como principal objetivo reclamar para as mulheres o direito de conduzirem uma viatura.

"Seis mulheres ao volante foram presas em Riade pela polícia, que aplicou multas de 300 rials", pouco menos de 60 euros, disse à AFP o porta-voz adjunto da polícia na capital da Arábia Saudita, Coronel Fawaz Al-Miman.

Para além da multa, cada uma destas mulheres teve, juntamente com o seu tutor (pai, irmão, marido ou outro membro da família), de assinar um documento, no qual se compromete a cumprir as leis em vigor no reino da Arábia Saudita, um país ultra-ortodoxo no que diz respeito aos direitos da mulher e o único país do mundo onde elas são legalmente proibidas de conduzir, precisando de autorização para trabalhar, viajar e até casar.

Durante o protesto de sábado, a polícia aplicou também multas a dois condutores em Jeddah e outras seis mulheres foram presas numa província oriental e em mais outras duas cidades do reino, de acordo com a imprensa.

No sábado à noite, um conjunto de mulheres tinha colocado videos na internet enquanto estavam a conduzir, em @oct26driving, naquilo que seria a face mais visível de um protesto iniciado em setembr, e que tinha no sábado, 26 de outubro, o ponto alto, apesar das declarações anteriores do Ministério do Interior, que tinha advertida as cidadãs para não desafiarem a lei islâmica em vigor no país.

"A data era apenas simbólica. As mulheres começaram a conduzir antes de sábado e vão continuar a conduzir depois de sábado", assegurou a militante Eman Nafjan.

De acordo com a imprensa, o protesto falhou. "O 26 de outubro passou calmamente, e as campanhas de incitação falharam", escreve o jornal oficial Al-Riyadh, ao passo que o Al-Youm afirmou que "a maioria da sociedade assegurou que não se deixará entreter pelas campanhas de mobilização popular".

 

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