Açoriano Oriental
Açores precisam de um Plano Regional de Cuidados Paliativos
Na Região médicos, enfermeiros e outros técnicos já receberam formação um pouco por todas as ilhas. O Hospital do Divino Espírito Santo prepara-se para compor equipa multidisciplinar com vista a dar uma nova resposta aos pacientes

Autor: Rita Rebelo
No dia em que se assinala o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos  há algum trabalho ainda a fazer na Região, admite a médica anestesiologista, Teresa Flor de Lima. Com um plano de formação de pessoal em curso, falta formar equipas multidisciplinares e passar das palavras à acção.
Há um esboço de um Plano Regional de Cuidados Paliativos a ser incluído no Serviço Regional de Saúde que urge avançar  e poderá estar para breve, indica a especialista ao Açoriano Oriental.
Médicos e enfermeiros têm vindo a passar por acções de formação na área dos Cuidados Paliativos, um pouco por todas as ilhas, e para entrar na prática Teresa Flor de Lima garante que até não são necessários grandes meios.
“É urgente porque os doentes existem. E com este plano a sua qualidade de vida será muito melhor. Este apoio não torna os cuidados de saúde mais dispendiosos. Pelo contrário, até porque um doente no hospital gasta mais do que acompanhado no domicílio”, aponta.
Além de que não requer estruturas nem equipamentos sofisticados e onerosos: simplesmente apoio psicológico, reabilitação, tratamento da dor e de outros sintomas através de terapêuticas que não sejam agressivas - sobretudo para aqueles que se encontram em fase terminal.
“O apoio das equipas multidisplinares deve ser mais precoce e deve abranger doentes com doença crónica e incapacitante”, salvaguarda ao Açoriano Oriental.
De acordo com a médica, há três tipos de cuidados paliativos: de apoio ao domicílio, através de equipas multidisplinares também nos hospitais, e constituição de unidades de internamento. Neste momento nenhuma das três modalidades está no terreno.
Mas segundo Teresa Flor de Lima, no Hospital do Divino Espírito Santo está já a ser constituída pelo menos uma equipa multidisciplinar nesta área.
Essa equipa, de acordo com a especialista, deve ser composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, técnicos de serviço social e de reabilitação e outros profissionais, conforme as necessidades dos pacientes. Motivação e disponibilidade são dois requisitos necessários para os profissionais que pretendam dedicar-se à causa. Apesar de acreditar que o projecto tenha pés para andar no arquipélago, Teresa Flor de Lima reconhece que não será possível constituir equipas em todo o lado, dada a insuficiência do número de profissionais de saúde nas ilhas.
Os cuidados paliativos surgiram há algumas décadas nos Estados Unidos da América, estenderam-se rapidamente à Europa  e chegaram a Portugal há mais de uma década. Hoje são já 11 Unidades da Dor espalhadas por todo o país, conta a profissional.
Mas em Ponta Delgada, mais especificamente no Hospital do Divino Espírito Santo, trata-se de uma realidade relativamente recente, conta a médica anestesiologista e responsável pelo Plano Regional da Dor.
Começou pela Unidade de Dor há seis anos e desde então tem vindo a receber pacientes igualmente no âmbito dos cuidados paliativos, explica Teresa Flor de Lima. No entanto a Unidade de Cuidados Paliativos ainda não está constituída.
Há três anos foi criado o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, data a partir da qual começaram a ser organizadas estruturas com vista a dar novas respostas.
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