Açoriano Oriental
Suharto: "Não devemos guardar rancor" - Ramos-Horta
O Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos-Horta, não guarda "rancor" do antigo chefe de Estado indonésio Suharto, apesar de o ex-ditador, que morreu hoje, ter sido responsável por milhares de mortes.

Autor: Lusa / Ao online
    "Que Deus, o todo poderoso e misericordioso, o tenha em sua graça", comentou o chefe de Estado timorense à Lusa a 17 de Janeiro último, quando Suharto, de 86 anos, estava já em estado muito grave.

    "O homem presidiu a uma ditadura que ensanguentou a Indonésia, com centenas de milhares de mortos, nos anos 60", recordou José Ramos-Horta.

    Além disso, "presidiu à invasão e ocupação de Timor-Leste, durante 24 anos, responsável por dezenas de milhares de mortos", acrescentou.

    No entanto, "nestas horas, nenhum de nós deve guardar rancor", afirmou José Ramos-Horta à Lusa.

    "Oremos a Deus para que o receba no seu seio", disse.

    Para o antigo representante da resistência timorense no exterior, "Timor contribuiu sem dúvida para a queda de Suharto".

    A ocupação indonésia, entre 1975 e 1999, "foi uma das feridas que sangrou o prestígio indonésio e a sua economia", recordou José Ramos-Horta.

    "Mas a queda do regime deveu-se à corrupção e má gestão do país", frisou o presidente timorense.

    Segundo Ramos-Horta, "Suharto presidiu à recuperação económica da Indonésia, mas, ao fim de algum tempo, os êxitos que conseguiu na área económica foram comprometidos pela corrupção desenfreada da sua família e de centenas de beneficiários".

    O chefe de Estado timorense considerou que "resta pouco da herança de Suharto na Indonésia de hoje, que é uma jovem e dinâmica democracia".
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