Autor: Lusa/AO online
Os candidatos da Rússia Unida venceram todos os escrutínios nas eleições diretas de governadores realizadas em cinco regiões do país, que tinham sido abolidas em 2004, durante o primeiro mandato presidencial de Vladimir Putin.
O partido que está no poder no Kremlin conquistou também a maioria nas assembleias legislativas de seis dos 83 membros da Federação da Rússia: Ossétia do Norte, Udmurtia, Krasnodar, Penza, Saratov e Sacalina.
Estas são as primeiras eleições depois da entrada em vigor das reformas políticas realizadas pelo ex-Presidente Dmitri Medvedev, que liberalizou consideravelmente o registo de partidos e os requisitos para a inscrição de candidatos nos processos eleitorais.
A Organização Não-Governamental "Golos" denunciou que terá havido centenas de fraudes no escrutínio, num protesto acompanhado pelos partidos da oposição.
"As dimensões da desgraça [fraudes] espantam. As pessoas eram transportadas em grupo para as mesas de voto", afirmou Vadim Potomski, candidato do Partido Comunista na região de Briansk.
"Eu telefonei aos dirigentes das nossas organizações regionais e todos coincidem numa coisa: nunca assistimos a tantos ‘carrosséis’ organizados, a esquemas de votar por eleitores que não compareceram", disse Nikolai Levitchev, um dos dirigentes do Partido Rússia Justa.
A abstenção foi uma das maiores registadas em escrutínios eleitorais do país.
"As eleições regionais devem levar o poder a meditar seriamente. O partido dirigente repete todos os erros do Partido Comunista da União Soviética, que consistem na usurpação do poder", considerou Igor Lebedev, vice-presidente do Partido Liberal Democrático da Rússia (nacionalista).
"Houve manifestações de protesto só em Moscovo, mas o protesto na província manifestou-se na abstenção", acrescentou.
O antigo primeiro-ministro russo e dirigente do partido liberal PARNAS, Mikhail Kassianov, acusou as autoridades de tudo terem feito para que as pessoas não fossem votar.
As autoridades, pelo seu lado, consideram que o escrutínio decorreu normalmente e Dmitri Medvedev já felicitou o seu partido pela vitória nas eleições regionais, sublinhando que ela foi maior do que a conseguida nas parlamentares de dezembro.