Açoriano Oriental
Mundial 2010 - Qualificação
Portugal empata com a Albânia e atrasa-se na luta pelo apuramento
A selecção portuguesa de futebol empatou hoje 0-0 na recepção à Albânia, em Braga, falhando a possibilidade de igualar a Dinamarca e a Hungria na liderança do grupo 1 europeu de qualificação para o Mundial2010
Portugal empata com a Albânia e atrasa-se na luta pelo apuramento

Autor: Lusa/AO online
Uma pálida selecção portuguesa ficou hoje mais distante do Mundial de futebol de 2010, ao ceder um impensável empate 0-0 em Braga frente à Albânia, mesmo jogando toda a segunda parte contra apenas 10.
Perante a 83ª selecção do ranking mundial, a quarta jornada do grupo 1 afigurava-se como a do regresso às vitórias, mas a equipa nacional foi uma sombra do que pode valer e, mesmo sem cinco titulares (Deco, Simão, Ricardo Carvalho, Maniche e Bosingwa), lesionados, também foi vítima dos seus próprios erros.
Se a margem de erro já era diminuta, com este desaire tudo se complica ainda mais, pois Portugal pode ficar a cinco pontos da líder Dinamarca, que tem menos um jogo: a calculadora de Carlos Queiroz deve estar já apontada para o segundo lugar, que dá direito a disputar o “play-off”.
Portugal surpreendeu pela falta de imaginação e objectividade, pelo que, face à enorme diferença de potencial para o adversário, nem serve de desculpa algum azar (bola de Hugo Almeida no poste), a excelente exibição do guarda-redes albanês e o facto do árbitro não ter assinalado um penalti por falta sobre Cristiano Ronaldo. 
A Albânia, inexcedível na entrega ao jogo e entreajuda entre os seus atletas, prometeu travar o conjunto das "quinas" e cumpriu, surgindo como a surpresa do grupo com os mesmos cinco pontos de Portugal e Suécia (tem menos um jogo), atrás ainda dos líderes Dinamarca e Hungria, ambos com sete.
Carlos Queiroz não foi ousado nem feliz nas opções técnicas, demorando demasiado a “ler” o jogo: mesmo contra uma equipa reduzida a 10 e remetida ao ferrolho, só aos 75 minutos tirou um defesa (Miguel) para apostar no avançado Nuno Gomes.
O técnico dizia que a Albânia era favorita influenciar o apuramento no grupo e ajudou o adversário a dar-lhe razão, começando pelo “onze”: precisava atacar, mas colocou apenas Cristiano Ronaldo, Danny e Hugo Almeida na frente, enquanto Manuel Fernandes foi titular no meio campo ao lado de João Moutinho e à frente do trinco Raul Meireles.
Portugal tinha prometido dominar do primeiro ao último minuto, mas começou sem impor o seu futebol, permitindo à voluntariosa Albânia várias aventuras em terreno avançado.
Sem ver a equipa criar perigo, os adeptos ficaram ainda mais impacientes quando Duro (28 minutos) cruzou na direita para a pequena área, onde Bulku falhou a emenda por muito pouco, com o lance a terminar no alívio aflito de Miguel para canto.
Aos 32 minutos, Ronaldo levou um toque na coxa e caiu na área, mas o árbitro, próximo, não assinalou penalti e, apesar de a Albânia mal passar do meio campo, o seu guarda-redes também tinha, até então, uma noite bem tranquila.
Os assobios já se ouviam no estádio quando Admir Teli (entrou aos 24 minutos) deu novo alento a Portugal, com a proeza de averbar dois cartões amarelos no curto espaço de seis minutos e ser expulso aos 42, por agressão a Cristiano Ronaldo.
Mesmo contra 10, Carlos Queiroz não mexeu na equipa. No reatamento, o guarda-redes albanês começou a brilhar, ao negar o golo num desvio oportuno de Danny, ao primeiro poste, e depois, por instinto, defendeu um cabeceamento de Hugo Almeida, liberto ao segundo poste.
Aos 55 minutos, Quaresma e Nani renderam João Moutinho e Danny, mas o futebol luso, apesar de dominador, continuava previsível: numa das excepções, Miguel (67) cruzou para a cabeça de Hugo Almeida, a bola foi ao poste e ressaltou para as mãos de Beqaj, que ficou surpreendido com o brinde.
Os minutos passavam, os assobios intensificavam-se e o futebol aflito de Portugal não tinha resultados práticos contra a muralha dos albaneses, que iam escandalizando quando o recém-entrado Berisha, aos 78 minutos, entrou na área solto pela esquerda, mas atirou torto.
Os adeptos desesperaram quando, na fase final, Nani, aos 86 minutos, falhou o golo quando estava isolado perante o guarda-redes e, aos 89, Cristiano Ronaldo viu o seu remate sair muito perto do poste, despedindo a selecção lusa com um coro de assobios.
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