Açoriano Oriental
Trabalhadores da EDA entregam pré-aviso de greve e manifestam-se na ilha Terceira

Os sindicatos dos trabalhadores da Empresa de Eletricidade dos Açores (EDA) apresentaram um pré-aviso de greve ao trabalho suplementar e deslocações a partir do dia 27 e marcaram uma manifestação para sexta-feira, para a ilha Terceira

Trabalhadores da EDA entregam pré-aviso de greve e manifestam-se na ilha Terceira

Autor: Lusa/AO Online

O Sindicato Nacional da Indústria e da Energia (SINDEL) anunciou, esta terça-feira, em comunicado que, no seguimento do plenário de trabalhadores realizado na segunda-feira, em Ponta Delgada, apresentou o pré-aviso de greve ao trabalho suplementar e deslocações, “cujo início será a partir das 00h00 do dia 27 de maio”.

No plenário ficou marcada uma nova reunião com a administração da EDA para as 10h00 de segunda-feira, dia 19 de maio, na sede da empresa, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

O SINDEL espera que na reunião “a EDA avance no sentido de um acordo que permita desconvocar a greve e a manutenção da paz social”.

Já o dirigente do Sindicato das Indústrias Elétricas do Sul e Ilhas (SIESI), António Sousa, adiantou em comunicado que “todos os sindicatos representativos dos trabalhadores” marcaram uma manifestação pública, para as 09h00 de sexta-feira, para a ilha Terceira.

A manifestação “consistirá numa caminhada com início nas instalações da EDA em Angra do Heroísmo e término na vice-presidência do Governo Regional, situada no Palácio dos Capitães-Generais, no Largo Prior do Crato - residência oficial de Sua Ex.ª o vice-presidente do Governo Regional [PSD/CDS-PP/PPM]”, indicou.

“O sindicato que represento, o SIESI - maior sindicato presente na EDA - está fortemente empenhado nesta iniciativa, que visa a defesa dos direitos e das legítimas expectativas dos trabalhadores, nomeadamente no que respeita à valorização salarial”, concluiu o dirigente sindical.

Na segunda-feira, os trabalhadores da EDA ameaçaram recorrer à greve se não chegarem a acordo com a elétrica açoriana sobre a valorização salarial, após o falhanço da reunião realizada naquele dia, disse fonte sindical.

António Melo, do SINDEL, declarou aos jornalistas, na sequência de uma concentração de trabalhadores junto ao Palácio de Sant’Ana, residência oficial do presidente do Governo Regional, que a proposta que foi apresentada pela EDA é “inferior à função pública” por “não considerar os mínimos”.

“É importante que os trabalhadores que ganham pouco fiquem a ganhar pelo menos o valor que é dado à função pública”, referiu o sindicalista, salientando que, caso não se aumente os salários, os trabalhadores ficarão “cada vez mais colados ao salário mínimo regional”.

Segundo António Melo, um trabalhador que ingresse na EDA tem um vencimento de 1.100 euros, não se podendo “aceitar de maneira nenhuma” que a diferença dos salários da elétrica açoriana para o setor energético nacional seja de 20 ou 30%.

“Não é admissível”, reforçou.

A proposta apresentada na segunda-feira pela EDA, que tem cerca de 720 trabalhadores, não foi, contudo, revelada pelo sindicalista, que disse apenas que representa um “valor mais baixo do que o da função pública”.

O grupo EDA obteve um resultado líquido positivo de 10,4 milhões de euros em 2024, menos 6,6 milhões do que no ano anterior, tendo os acionistas aprovado em assembleia geral a “distribuição de dividendos no total de 5.222.000 euros, valor mínimo legal, correspondente a 0,373 euros por ação”.

São acionistas da elétrica açoriana a Região Autónoma dos Açores (50,1%), a ESA (39,7%) e a EDP (10%), sendo que os pequenos acionistas e os emigrantes têm 0,2% do capital social.


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