Açoriano Oriental
Montenegro preocupado com a chegada de refugiados timorenses a Portugal

O líder do PSD; Luís Montenegro, mostrou hoje “muita preocupação” com a chegada de “largos milhares” de timorenses a Portugal, nestas últimas semanas, afirmando que o Governo deve ter uma “intervenção rápida” nesta questão.

Montenegro preocupado com a chegada de refugiados timorenses a Portugal

Autor: Lusa /AO Online

“Vejo com muita preocupação. Temos acompanhado muito de perto essa situação que já envolve largos milhares de irmãos timorenses, é assim que os devemos tratar e impõem-se que o Governo tenha aí uma palavra e uma intervenção muito imediata”, disse.

Luís Montenegro falava aos jornalistas à margem da abertura oficial da 30.ª Festa da Castanha em Sernancelhe, distrito de Viseu, que decorre de hoje a domingo, onde lembrou que o PSD tem defendido a importância de uma política para a emigração.

“Há muitos meses que tenho sustentado a necessidade de termos uma política integrada e um programa nacional de acolhimento e integração de emigrantes, embora este seja um caso excecional”, apontou.

Ainda assim, defendeu, se o país tivesse “essa política em desenvolvimento, seria mais fácil” agora “dar resposta, precisamente, ao drama que se tem sentido nos últimos dias” da chegada de timorenses a Portugal.

A ministra-adjunta e dos Assuntos Parlamentares disse hoje que quase 1.300 cidadãos timorenses permanecem em Portugal, entre os quais perto de 200 que chegaram na passada madrugada, o que, no seu entender, é uma “questão humanitária”.

A ser ouvida na Comissão de Orçamento e Finanças, a propósito do Orçamento do Estado para 2023, e questionada por vários deputados sobre o ponto da situação em relação aos vários timorenses que têm chegado a Portugal, Ana Catarina Mendes lembrou que ela própria havia trazido o tema, em setembro, à Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

Segundo a responsável, nos últimos meses, “entraram em Portugal cerca de cinco mil timorenses” e saíram outros cerca de quatro mil.

“Permanecem em Portugal cerca de 1.073 timorenses aos quais devemos acrescentar os cerca de 198 que esta madrugada chegaram a Portugal”, adiantou a ministra.

Ana Catarina Mendes adiantou também que entre estes quase 1.300 cidadãos estão 865 timorenses que chegaram a Portugal mas não procuraram o apoio de qualquer autoridade, nomeadamente o Alto-Comissariado para as Migrações (ACM), “que é quem dá a primeira resposta a estas pessoas”.

Por outro lado, disse que 542 timorenses estão em “alojamentos com dignidade”, enquanto os restantes permanecem em soluções “com menos dignidade” como alojamentos coletivos ou pousadas da juventude.

O Alto-Comissariado para as Migrações (ACM) identificou 825 cidadãos timorenses a viver em Portugal em situação de vulnerabilidade e quase 500 foram realojados em várias localidades do país, disse hoje a secretária de Estado da Igualdade e Migrações.

Em entrevista à agência Lusa, Isabel Almeida Rodrigues, que coordena o grupo de trabalho criado no início de setembro pelo Governo para acompanhar o fluxo de timorenses que têm chegado ao país nos últimos meses, precisou que as 825 pessoas identificadas em situação de vulnerabilidade não estavam todas em situação de sem abrigo.

“Os graus de vulnerabilidade não são todos idênticos e esta distinção é importante porque as respostas são acionadas em função da situação concreta de cada um”, disse.


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