Açoriano Oriental
Presidenciais
Marcelo e Ana Gomes divergem sobre relação com Governo e tratamento do Chega

Os candidatos presidenciais Marcelo Rebelo de Sousa e Ana Gomes divergiram hoje sobre o modo como Presidente da República se relacionou com o Governo e sobre o tratamento a dar ao Chega.

Marcelo e Ana Gomes divergem sobre relação com Governo e tratamento do Chega

Autor: AO Online/ Lusa

Num frente a frente na RTP, a militante do PS e diplomata criticou o seu adversário, sugerindo que não teve "uma relação leal e franca com o Governo" do PS chefiado por António Costa e que atuou a "oscilar entre às vezes parecer que quer ser o pai do primeiro-ministro, outras vezes a tirar o tapete ou até a assumir os louros da ação governativa", prometendo atuar de forma diferente.

O chefe de Estado e recandidato ao cargo respondeu citando declarações da própria Ana Gomes de 09 de setembro do ano passado: "Considero que foi muito importante a articulação entre os governos de António Costa e o Presidente da República. Faço um balanço positivo do mandato do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa".

"A senhora embaixadora tem de estabilizar a sua opinião sobre o Presidente da República", considerou, defendendo que exerceu as suas funções como "um fator de estabilização", evitando crises políticas para que a legislatura chegasse ao fim. "A senhora embaixadora mudou de posição", acrescentou.

Outro ponto de discórdia foi a participação do Chega na solução de Governo Regional dos Açores, através de um acordo de apoio parlamentar, com Ana Gomes a acusar Marcelo Rebelo de Sousa de permitir a "normalização" de uma força de extrema-direita num momento em que, "não só cá em Portugal, mas noutros países, a democracia está sob ataque".

"Nós divergimos na maneira de encarar fenómenos como o partido Chega. A posição da senhora embaixadora é proibir, fazer cordão sanitário", afirmou, em seguida, o candidato presidencial apoiado por PSD e CDS-PP.

Lembrando a intenção de Ana Gomes de "pedir ao Ministério Público que levante a questão da ilegalização do partido" Chega junto do Tribunal Constitucional, acrescentou: "Eu sou contra, eu acho que ganha-se no debate das ideias, não se ganha proibindo, não se ganha calando, isso é dar razão, isso é vitimizá-los".

Ana Gomes contrapôs que, além das ideias, "é também com a ação política" que se responde aos extremismos, e Marcelo Rebelo de Sousa perguntou-lhe então "por que é que nunca pediu a ilegalização" deste partido formado há dois anos, referindo que, "como cidadã, podia ir ao Ministério Público pedir, não precisa de ser Presidente".


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