Açoriano Oriental
Jovens jornalistas queixam-se da "asfixia" dos órgãos privados e exigem mais apoios
Jovens jornalistas dos Açores divulgaram hoje um comunicado para mostrar a sua preocupação com o futuro da comunicação social privada no arquipélago, que dizem estar financeiramente "asfixiada", e exigiram "mais apoios" públicos.
Jovens jornalistas queixam-se da "asfixia" dos órgãos privados e exigem mais apoios

Autor: Lusa/AO online

No documento enviado às redações, um grupo de 17 jornalistas de várias ilhas da região lamenta a "situação dramática" em que vivem muitos jornais e rádios, com um "futuro incerto" que pode colocar em causa vários postos de trabalho.

"A comunicação social privada nos Açores está asfixiada. Muitos órgãos encontram-se sem meios para assegurar a sua missão de, por um lado, informar as populações locais e, por outro, divulgar os seus objetivos e iniciativas", refere o comunicado.

O grupo subscritor do documento recorda que nos últimos oito anos encerraram três jornais no arquipélago, o último dos quais A União, uma publicação ligada à Diocese de Angra que fechou a 30 de novembro, ao fim de 120 anos.

"A diminuição das redações e o desaparecimento de jornais e rádios privadas nos Açores conduzem ao empobrecimento informativo e cultural", denunciam os jornalistas, recordando que numa região pequena e geograficamente descontinuada os média privados prestam um serviço "insubstituível" às populações.

Os jovens jornalistas dizem também que muitos estão a trabalhar em "condições precárias" e se deparam com um cenário de "insegurança e instabilidade" nas redações que "empobrece a informação".

Em situação oposta, sublinham, está o Gabinete de Apoio à Comunicação Social, o órgão informativo do Governo Regional que, acrescentam, "nunca esteve de tão boa saúde".

Os jovens jornalistas concluem que a situação "é séria" e que, "por este caminho", os poucos jornais e rádios que ainda resistem e dão voz à sociedade açoriana "vão desaparecer", se não forem tomadas medidas excecionais.

O grupo de 17 jornalistas exige, por isso, que sejam criados novos apoios aos órgãos de comunicação social privados, para que possam continuar a prestar um serviço com "qualidade e dignidade".

No entender dos subscritores, o atual programa em vigor, o Promédia (programa criado pelo Governo e destinado à comunicação social) "é insuficiente", porque abrange apenas apoios públicos à expedição dos jornais, quando deveria englobar também subsídios à produção (chapa, tinta e papel), que têm ter "custos avultadíssimos".

Além disso, entendem que é necessário definir "critérios claros e públicos" dos apoios concedidos pelo Governo, porque entendem que a publicidade institucional se apresenta como um elemento "facilmente manipulável".

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