Intervenção militar turca apenas contra PKK

O primeiro-ministro turco afirmou esta terça-feira em Londres que uma eventual intervenção militar turca no Iraque se cingirá às posições do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e que Ancara não tem quaisquer ambições territoriais.


“Não temos qualquer preconceito em relação à integridade territorial ou à unidade política do Iraque”, declarou Recep Tayyip Erdogan durante uma conferência de imprensa conjunta com o homólogo britânico, Gordon Brown.

“Qualquer esforço neste sentido visará unicamente o PKK”, assegurou o primeiro-ministro turco, cujas declarações foram traduzidas para inglês.

Durante a conferência de imprensa, o primeiro-ministro britânico condenou a “violência terrorista” do PKK.

“Condenamos absolutamente e sem restrições a violência terrorista do PKK”, que luta contra Ancara desde 1984, declarou Brown.

Segunda-feira, a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, e o chefe da diplomacia britânica, David Miliband, tinham apelado em Washington ao Iraque e ao governo da província iraquiana do Curdistão a tomar “medidas imediatas” para por fim às operações do PKK a partir do norte do Iraque.

Em Bagdad, o ministro dos Negócios Estrangeiros turco assegurou hoje que Ancara privilegia “a diplomacia e o diálogo” para solucionar a crise com os rebeldes curdos no norte do Iraque, mas rejeitou qualquer negociação com "terroristas".

Depois de um encontro com Ali Babacan, o chefe da diplomacia iraquiana, Hoshyar Zebari, assegurou que Bagdad iria combater “a ameaça” dos rebeldes curdos.

O PKK, que luta contra o poder central de Ancara desde 1984, anunciou segunda-feira um cessar-fogo unilateral, que se manterá em vigor enquanto os combatentes do PKK não forem atacados pelo exército turco.

Ali Babacan rejeitou a proposta de cessar-fogo condicional do PKK, alegando que Ancara não negoceia com uma "organização terrorista".

A visita de Babacan surge depois de Ancara ter ameaçado efectuar incursões militares no Curdistão iraquiano, que faz fronteira com a Turquia, para eliminar as bases dos membros do PKK.

O exército turco tem mais de 100 mil soldados destacados na fronteira iraco-turca desde a última Primavera.

A tensão está a inquietar Washington que teme que a intervenção turca, autorizada a 17 de Outubro pelo parlamento turco, possa desequilibrar uma das raras regiões do Iraque que tem escapado relativamente à violência.

Segunda-feira, o Presidente norte-americano, George W. Bush, falou com o homólogo turco, Abdullah Gul, para lhe assegurar que Washington está pronto para cooperar com a Turquia para combater os rebeldes curdos.

Entretanto, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, já admitiu a realização de uma operação militar conjunta da Turquia e dos Estados Unidos contra os rebeldes curdos.

O PKK, criado em 1978, lançou em 1984 a luta armada para criar um Estado curdo independente no sudeste da Anatólia e intensificou as operações depois de ter decidido terminar unilateralmente, no final de 2006, um cessar-fogo unilateral.

Segundo um balanço oficial, o conflito já provocou mais de 37 mil mortos.
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