Autor: Lusa/AO Online
"O Governo não tem poder de iniciativa na revisão da Constituição, portanto apenas declara que seria do interesse nacional se depois do programa de assistência terminar, a chamada 'regra de ouro', que aponta para o equilíbrio orçamental, pudesse estar incluída na lei fundamental do país", declarou Paulo Portas em conferência de imprensa de apresentação do chamado "guião para a reforma do Estado".
Falando na Presidência do Conselho de Ministros, em Lisboa, o governante declarou que a inscrição da ‘regra de ouro' na Constituição "daria uma mensagem de clara tranquilidade e confiança às instituições" mas "também aos mercados" internacionais.
"Estar no euro é incompatível com a demagogia. Há regras, há compromissos. Uma coisa é termos cedido involuntariamente a nossa soberania e dependermos de credores externos. Outra é, num quadro europeu, partilharmos soberania voluntariamente e portanto termos benefícios e obrigações", declarou o vice-primeiro-ministro.
A 'regra de ouro', acordada a nível europeu, passa por inscrever na legislação dos Estados-membros um limite ao défice e à dívida.
O Conselho de Ministros aprovou em janeiro deste ano a transposição para a Lei de Enquadramento Orçamental da referida regra.
A 'regra de ouro' para o saldo orçamental em contabilidade nacional, a que conta para Bruxelas, já estava pensada previamente para ser introduzida na Constituição, mas depois da oposição manifestada pelos partidos à esquerda, o Governo decidiu colocar a regra na Lei de Enquadramento Orçamental.