Autor: Carolina Moreira
Os concelhos de Ponta Delgada, Ribeira Grande e Vila Franca do Campo, com exceção do Ilhéu, arrancaram ontem com a época balnear em São Miguel, estando a vigilância das restantes zonas balneares prevista para começar no dia 15 deste mês em todo o arquipélago.
Mas, segundo o comandante Rafael da Silva, este ano a época balnear na Região volta a arrancar com falta de nadadores-salvadores. Um problema que o adjunto do chefe do Departamento Marítimo dos Açores classifica já como “estrutural” e que afeta a vigilância das zonas balneares regionais.
“Uma das preocupações da Autoridade Marítima é a vigilância e o apoio balnear. Este ano, apenas vamos ter praias vigiadas em quatro ilhas: São Miguel, Terceira, Faial e Flores, mas não em todas as zonas balneares”, revela.
Em entrevista ao Açoriano Oriental, o também capitão do porto de Ponta Delgada assinala que, apesar de terem sido realizadas ações de formação a potenciais nadadores-salvadores em três ilhas, e que permitiram até ao momento certificar mais nove profissionais, os recursos existentes “não são suficientes” para colmatar as necessidades da Região.
“Ainda que todos os formando fiquem aprovados, juntando com aqueles que já são certificados nos Açores, não são em número suficiente para colmatar todas as necessidades de vigilância balnear. Isto implicará necessariamente o recurso a nadadores-salvadores de fora da Região”, justifica o comandante Rafael Silva.
Além desta medida, o responsável do Departamento Marítimo regional salienta que a Marinha irá colaborar novamente com a Autoridade Marítima, “colocando militares em diligência para reforço da assistência balnear”.
“Temos duas vertentes: uma vertente apeada, em que os militares da Marinha percorrem as zonas balneares para verificar como está a decorrer a prática balnear e temos uma vertente motorizada, através do projeto SEAWATCH, em que dois militares com curso de nadador-salvador e de DAE (Desfibrilhador Automático Externo) podem socorrer rapidamente praias que não estejam vigiadas ou até prestar assistência a nadadores-salvadores numa operação de salvamento”, aponta, numa tentativa de colmatar a situação.
Neste arranque da época balnear, o comandante Rafael da Silva faz ainda questão de deixar alguns conselhos aos banhistas, apelando a que “prefiram a prática balnear em zonas vigiadas e acatem sempre as indicações dadas pelos nadadores-salvadores”.
“Aconselho também que respeitem as sinaléticas, especialmente as de perigo relativas a agueiros e arribas instáveis; não percam os menores de vista; frequentem as zonas balneares evitando as horas de maior exposição solar e também respeitem os tempos depois das refeições e façam refeições leves na praia”, destaca.
O responsável apela ainda ao respeito pela “sinalética das bandeiras e ao cuidado com as águas-vivas e caravelas portuguesas, pedindo o favor aos açorianos para que alertem os turistas para o perigo desses animais que, tendo em conta a sua beleza, atraem os curiosos”, disse, informando que “o maior número de assistências dos nadadores-salvadores têm a ver com o contacto com estes animais”. Por último, o comandante pede que os mergulhos apenas aconteçam em “zonas autorizadas para o efeito”.