Autor: Lusa / AO Online
André Melo, que está a concluir o sexto ano na Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho, durante mais de dois meses realizou uma pesquisa para caracterizar a população de adolescentes que, durante 2007, foi acompanhada no Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Ponta Delgada e realizou o parto nesta que é a maior unidade de saúde açoriana.
O levantamento, que incidiu sobre as ilhas do Grupo Oriental (São Miguel e Santa Maria) do arquipélago, aponta para 186 casos de maternidade precoce entre Janeiro e Dezembro de 2007.
“No espaço de um ano, um décimo das gravidezes que ocorreram em São Miguel, e com acompanhamento no Hospital de Ponta Delgada, foram jovens adolescentes”, salientou André Melo, para quem se trata de “números preocupantes”.
Dos 186 casos, a maioria (80 por cento) tinha entre 17 a 19 anos, mas 20 por cento eram jovens entre os 14 e 16 anos.
Ponta Delgada e Ribeira Grande (São Miguel) foram os concelhos com maior número de casos (71,5 por cento) de jovens mães.
Rabo de Peixe (16 por cento), no concelho da Ribeira Grande, foi a localidade com maior número de casos, acrescentou à Lusa André Melo, ao salientar que 70 por cento das jovens grávidas “tinham uma baixa escolaridade (entre o 6º e 9º ano)”.
Estavam na sua maioria desempregadas (75 por cento) e apenas 13 por cento continuavam a frequentar a escola, enquanto 12 por cento estavam a trabalhar, apontou o estudo.
Uma parte destas jovens deviam estar já no Ensino Secundário, mas confrontadas com uma gravidez na adolescência abandonam os estudos, disse André Melo.
Segundo o autor do estudo, nestas famílias as adolescentes dependiam economicamente dos parceiros, a maioria operários e artífices (pedreiros e carpinteiros).
Mas 35 por cento eram solteiras e nem este apoio tinham, observou.
Os resultados mostram, no entanto, que a maioria das mães adolescentes teve um bom acompanhamento médico (85 por cento).
“Estas pacientes fizeram ecografias e análises preconizadas pelo Serviço de Ginecologia e Obstetrícia” do Hospital de Ponta Delgada, uma adequada vigilância que, segundo André Melo, parece estar associada a “um menor número” de casos de recém-nascidos prematuros.
No seu entender, um adequado acompanhamento médico durante a gravidez reduz o risco de prematuridade, geralmente associado ao baixo peso ou outras complicações.
Apostar na introdução nas escolas, numa fase muito precoce, de uma educação para a saúde é outra das recomendações do estudo.
“Os dados revelam uma percentagem muito significativa de jovens grávidas que têm entre o sexto e nono ano, daí que estas temáticas devem ser abordadas no primeiro e segundo ciclos”, sublinhou Mário Freitas, delegado de Saúde do concelho de Lagoa, na ilha de São Miguel, que orientou o estudo em causa.
Para o médico, parece “haver alguma despreocupação” por parte das próprias jovens, que muitas vezes pensam "isto não me vai acontecer”.
Sublinhando o “excelente trabalho” feito ao nível dos cuidados hospitalares, o clínico defende, porém, uma maior aposta na vertente social, dado que um estatuto sócio-económico baixo está associado a uma maior incidência de gravidez na adolescência.
O estudo, realizado com base nos processos clínicos das pacientes, recomenda também a criação de programas de apoio financeiro a este tipo de situações.
O Governo Regional dos Açores anunciou em Abril a constituição de uma equipa para a realização de um estudo acerca da gravidez na adolescência, um grupo liderado pela professora universitária Maria Cristina Canavarro.
Uma fonte da Secretaria Regional dos Assuntos Sociais adiantou à Lusa que até final deste mês é apresentado o relatório preliminar deste estudo.
O levantamento, que incidiu sobre as ilhas do Grupo Oriental (São Miguel e Santa Maria) do arquipélago, aponta para 186 casos de maternidade precoce entre Janeiro e Dezembro de 2007.
“No espaço de um ano, um décimo das gravidezes que ocorreram em São Miguel, e com acompanhamento no Hospital de Ponta Delgada, foram jovens adolescentes”, salientou André Melo, para quem se trata de “números preocupantes”.
Dos 186 casos, a maioria (80 por cento) tinha entre 17 a 19 anos, mas 20 por cento eram jovens entre os 14 e 16 anos.
Ponta Delgada e Ribeira Grande (São Miguel) foram os concelhos com maior número de casos (71,5 por cento) de jovens mães.
Rabo de Peixe (16 por cento), no concelho da Ribeira Grande, foi a localidade com maior número de casos, acrescentou à Lusa André Melo, ao salientar que 70 por cento das jovens grávidas “tinham uma baixa escolaridade (entre o 6º e 9º ano)”.
Estavam na sua maioria desempregadas (75 por cento) e apenas 13 por cento continuavam a frequentar a escola, enquanto 12 por cento estavam a trabalhar, apontou o estudo.
Uma parte destas jovens deviam estar já no Ensino Secundário, mas confrontadas com uma gravidez na adolescência abandonam os estudos, disse André Melo.
Segundo o autor do estudo, nestas famílias as adolescentes dependiam economicamente dos parceiros, a maioria operários e artífices (pedreiros e carpinteiros).
Mas 35 por cento eram solteiras e nem este apoio tinham, observou.
Os resultados mostram, no entanto, que a maioria das mães adolescentes teve um bom acompanhamento médico (85 por cento).
“Estas pacientes fizeram ecografias e análises preconizadas pelo Serviço de Ginecologia e Obstetrícia” do Hospital de Ponta Delgada, uma adequada vigilância que, segundo André Melo, parece estar associada a “um menor número” de casos de recém-nascidos prematuros.
No seu entender, um adequado acompanhamento médico durante a gravidez reduz o risco de prematuridade, geralmente associado ao baixo peso ou outras complicações.
Apostar na introdução nas escolas, numa fase muito precoce, de uma educação para a saúde é outra das recomendações do estudo.
“Os dados revelam uma percentagem muito significativa de jovens grávidas que têm entre o sexto e nono ano, daí que estas temáticas devem ser abordadas no primeiro e segundo ciclos”, sublinhou Mário Freitas, delegado de Saúde do concelho de Lagoa, na ilha de São Miguel, que orientou o estudo em causa.
Para o médico, parece “haver alguma despreocupação” por parte das próprias jovens, que muitas vezes pensam "isto não me vai acontecer”.
Sublinhando o “excelente trabalho” feito ao nível dos cuidados hospitalares, o clínico defende, porém, uma maior aposta na vertente social, dado que um estatuto sócio-económico baixo está associado a uma maior incidência de gravidez na adolescência.
O estudo, realizado com base nos processos clínicos das pacientes, recomenda também a criação de programas de apoio financeiro a este tipo de situações.
O Governo Regional dos Açores anunciou em Abril a constituição de uma equipa para a realização de um estudo acerca da gravidez na adolescência, um grupo liderado pela professora universitária Maria Cristina Canavarro.
Uma fonte da Secretaria Regional dos Assuntos Sociais adiantou à Lusa que até final deste mês é apresentado o relatório preliminar deste estudo.