Açoriano Oriental
Construção da maior rede de radiotelescópios do mundo arranca em julho

A construção da maior rede de radiotelescópios do mundo vai começar na quinta-feira, anunciou o observatório do qual Portugal foi cofundador e que vai operar a infraestrutura repartida por África do Sul e Austrália.

Construção da maior rede de radiotelescópios do mundo arranca em julho

Autor: Lusa/AO online

O arranque da construção da rede de dois radiotelescópios, um na África do Sul e outro na Austrália, foi decidido na semana passada pelo Conselho do Observatório SKA (Square Kilometre Array), organização intergovernamental da qual Portugal é um dos sete Estados-membros fundadores.

De acordo com o calendário hoje divulgado em comunicado pelo observatório, a obra deverá ficar concluída em julho de 2029 e tem um custo de dois mil milhões de euros, que inclui a construção dos dois radiotelescópios e operações associadas durante os primeiros 10 anos.

Ainda sem a rede estar finalizada, as primeiras observações para fins científicos poderão começar a ser feitas em 2024.

A rede SKA, que estará preparada para funcionar durante 50 ou mais anos, irá permitir rastrear mil milhões de galáxias.

O radiotelescópio localizado na África do Sul terá 197 antenas de 15 metros de diâmetro, incorporando 64 de um outro radiotelescópio, o MeerKAT, inaugurado em 2018 e operado pelo Observatório de Radioastronomia sul-africano.

Em contrapartida, o radiotelescópio situado na Austrália será composto por 131.072 antenas de dois metros de altura.

Portugal irá investir 30 milhões de euros até 2030 no observatório SKA, envolvendo empresas na instalação de 'software' e redes de antenas, assim como na montagem, validação e integração de componentes dos radiotelescópios, disse à Lusa Luís Serina, responsável pela área da política industrial e tecnologia na agência espacial portuguesa Portugal Space.

Espera-se que o país tenha um retorno de 70 por cento do investimento feito na participação no observatório através de contratos com a indústria nacional.

Além de abrir "novos caminhos para a ciência", a rede de radiotelescópios SKA representa, segundo Luís Serina, "um desafio tecnológico" para as empresas, que, ao ganharem novas competências, "ficam habilitadas" a entrar em "novos mercados".

O envolvimento dos cientistas portugueses passa pela investigação nas áreas de cosmologia, evolução das galáxias, física solar e origem do Sistema Solar.

Na fase de projeto da infraestrutura, que durou mais de sete anos, estiveram implicados mais de 500 engenheiros de 20 países.

O Observatório SKA tem como países-membros fundadores, além de Portugal, África do Sul, Austrália, Itália, Holanda, China e Reino Unido, onde se situa a sede.

Além dos fundadores, o observatório tem como países com estatuto de observador Canadá, Alemanha, Índia, Suécia, Espanha, França, Suíça, Japão e Coreia do Sul.


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