Cândido Barbosa acredita que "Contrarrelógio e Torre vão ditar vencedor"

O antigo ciclista Cândido Barbosa vaticinou que o “crono” da Guarda e a montanhosa etapa da Serra da Estrela “vão ditar o vencedor final” da 73.ª edição da Volta a Portugal em bicicleta, a disputar entre 4 e 15 de agosto.


“É um percurso diferente de outros anos, sobretudo pela dificuldade do 'crono' estar no dia anterior ao dia da Serra (da Estrela), o mais difícil da Volta a Portugal. Penso que esses dois dias irão fazer a diferença e ditar o vencedor final. Será uma Volta atípica devido a essa alteração”, disse à Agência Lusa o recentemente retirado “Ciclista do Povo”, segundo de sempre com mais etapas ganhas na “Portuguesa” (25), à frente de Joaquim Agostinho (24) e só suplantado por Alves Barbosa (34).

O “Foguete da Rebordosa”, com 36 anos, 15 dos quais no ciclismo profissional de estrada, anteviu que “o vencedor deste ano vai ter de ser um forte trepador” porque “o contrarrelógio vai fazer alguma diferença, mas o dia seguinte é o dia que vai ditar o vencedor da Volta a Portugal”, em virtude de se passar “na Serra da Estrela por três sítios diferentes, qual deles o mais difícil”.

A etapa rainha vai ser a oitava tirada que, entre Seia e a Torre (182,8 km), inclui quatro “montanhas”, e é antecedida por um contrarrelógio individual de 35 quilómetros, entre o Sabugal e a Guarda.

“A subida para as Penhas Douradas irá ser um troço novo, extremamente difícil e que vai provocar algum desgaste com vista à subida final para a Torre”, frisou, acrescentando que há que ter em conta os estrangeiros que vão participar e que não se conhecem, lembrando-se de ter sido surpreendido pelo russo Vladimir Efimkin, em 2005, na primeira de duas vezes em que foi “vice-rei”, como em 2007, depois do terceiro posto obtido em 2006.

Relativamente aos favoritos, Barbosa citou dois dos seus colegas na equipa que conquistou as últimas quatro edições, através do espanhol David Blanco, confirmando que o Tavira-Prio é a sua “equipa do coração”.

“O último vencedor do Troféu Joaquim Agostinho, Ricardo Mestre, poderá ser um dos ciclistas a ter em conta porque sobe bastante bem e tem um contrarrelógio também excelente. O André Cardoso tem uma excelente prestação na montanha, mas não é tão forte no contrarrelógio, embora possa ter uma palavra a dizer”, afirmou.

Cândido Barbosa vai voltar a estar na Volta a Portugal, mas agora nas funções de embaixador de uma empresa de seguros com longa história nos patrocínios à modalidade, privilegiando o “contacto direto com os adeptos, com outra predisposição e tempo que não tinha até agora”, depois de 15 edições como corredor.

“Vejo-me ligado à família do ciclismo... poderei ponderar outras propostas e quem sabe um dia ser dirigente de algo ligado à nossa família, que é o ciclismo”, concluiu, quando questionado sobre a hipótese de substituir Artur Lopes na presidência da Federação Portuguesa de Ciclismo, dentro de um ano.

PUB