Açoriano Oriental
Biblioteca pública de Angra do Heroísmo inaugurada sete anos após arranque das obras
A nova Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro, de Angra do Heroísmo, nos Açores, foi hoje inaugurada, sete anos depois de ter sido iniciada a sua construção.
Biblioteca pública de Angra do Heroísmo inaugurada sete anos após arranque das obras

Autor: Lusa/AO Online

“Há dois anos, quando assumi responsabilidades políticas sobre o projeto da nova Biblioteca Pública e Arquivo de Angra do Heroísmo, imperava uma descrença geral, filha de uma sucessão de imprevistos, da insolvência de um empreiteiro à anulação de um concurso, e que sujeitavam a uma degradação acentuada e natural uma obra inacabada”, salientou o secretário regional da Educação e Cultura, Avelino Meneses, na cerimónia de inauguração.

Segundo o governante, a infraestrutura, com nove mil metros quadrados de área bruta, dividida por três pisos, teve um “investimento global de mais de 18 milhões de euros”.

A primeira pedra da obra foi lançada em abril de 2009, por 12,9 milhões de euros e um prazo de execução de 19 meses, tendo sido realizados quatro adicionais ao contrato, no valor de 1,9 milhões de euros.

Em julho de 2012, a Direção Regional da Cultura tomou posse administrativa da obra, na sequência da insolvência do empreiteiro.

No mesmo ano, a tutela avançou com um contrato para a conclusão da empreitada, mas o visto foi recusado pelo Tribunal de Contas, que realizou uma auditoria à obra e detetou que tinham sido registados e pagos quase 600 mil euros que não estavam executados.

A conclusão da obra só arrancou em abril de 2015, por 4,2 milhões de euros, com um prazo de execução de oito meses.

A localização da obra, nas traseiras do Palacete Silveira e Paulo, e o projeto arquitetónico moderno também foram alvo de contestação, em Angra do Heroísmo.

“É de crer que com melhor localização e enquadramento este novo edifício houvesse dotado Angra do Heroísmo de uma peça de arquitetura mais ajustável ao caráter de cidade Património Mundial, mas com a humildade que a política exige resta a assunção pública do reparo para que, ancorados na história e na sabedoria do povo, os mandantes de todos os tempos coloquem sempre atenção e rigor na hora da decisão”, frisou o secretário da Educação e Cultura.

Segundo Avelino Meneses, o antigo edifício da biblioteca e arquivo não tinha espaço para muitos núcleos documentais, que corriam risco de se deteriorarem, e dificultava a criação de um programa cultural “capaz de demonstrar a utilidade social do arquivo”.

“A inauguração deste novo edifício resolve consideravelmente as insuficiências de uma biblioteca com patente de depósito legal, que não revertia em benefício público por falta de área de exposição e de um arquivo muito extenso, quiçá o maior do arquipélago”, frisou.

A biblioteca ganha o nome do jurista angrense Luís da Silva Ribeiro, que foi governador civil, presidente da Junta Geral e da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, tendo participado na revolta de 1931 contra a ditadura militar antecessora do Estado Novo e no segundo movimento autonomista dos Açores.

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